Projecto «Mais um que morreu» ou a sensibilização pela arte

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Susana Pereira, natural de Cacia, tem 27 anos e é Licenciada em Dança (2014) e Mestre em Ensino de
Dança (2016) pela Escola Superior de Dança, do Instituto Politécnico de Lisboa. Sensível às
problemáticas do mundo do trabalho e ao impacto que essas têm na vida de muitos jovens, decidiu lançar um projeto de intervenção artístico-comunitária em contexto laboral. ‘Mais um que morreu’ é o título da primeira obra coreográfica do projeto.

Susana, qual o objetivo deste projeto e porque surgiu?

Este projeto tem como MISSÃO:
 Criar uma simbiose entre as problemáticas do contexto laboral e a dança contemporânea, com a
finalidade de promover o trabalho digno;
 Despertar nos trabalhadores, empresários, técnicos de higiene e segurança, sindicatos, entre
outros, o sentido crítico acerca das problemáticas do contexto laboral através das artes;
 Sensibilizar os trabalhadores para o cumprimento das regras base de Higiene e Segurança no
Trabalho;
 Consciencializar as empresas para a importância do respeito pela dignidade de cada trabalhador
e trabalhadora;
 Potenciar o diálogo nas empresas sobre as problemáticas do contexto laboral, através de mostras
de peças de dança contemporânea dentro das próprias fábricas.
‘Mais um que morreu’ surgiu em 2018, fruto de necessidade de aprofundar sobretudo a problemática do
número de mortes por acidente de trabalho. “Em 2017 morreram em Portugal 115 pessoas e 315 ficaram
feridas com gravidade em acidentes de trabalho, de acordo com dados registados pela Autoridade para
as Condições de Trabalho (ACT). Nos últimos quatro anos (entre 2014 e 2017), a ACT registou mais de
500 vítimas mortais e 1.304 feridos graves.” (in Diário de Notícias – 4 Jan 2018)
Com os dados que nos eram apresentados diariamente nos noticiários, não consegui ficar indiferente à
situação, e sentia em mim, uma necessidade urgente de poder contribuir de alguma forma para mudar
mentalidades. Se ao verem a peça, que aborda a perspetiva de uma mãe que vê um filho morrer, fruto de
um acidente de trabalho, o público refletisse melhor sobre os comportamentos a adotar, já teria valido a
pena. Assim, nasceu a obra ‘Mais um que Morreu’ que dá nome ao Projeto

.
 Porquê e qual o papel da dança contemporânea neste projeto?

Este projeto, através da dança contemporânea, busca estimular o contacto e o diálogo entre os diversos
agentes supracitados, colocando-os numa ótica horizontal de reflexão. A apreciação visual da peça
procura instigar em todo o público-alvo questões relacionadas com a necessidade existencial de locais de
trabalho saudáveis, seguros, dignos e harmoniosos, mas sobretudo da importância do papel de cada um
para a criação de tal ambiente laboral. Não basta existirem boas regras, se os comportamentos não forem
equiparados.

 No futuro, o que prevês que este projeto possa alcançar?

Este projeto tem como objetivo chegar a diversas empresas, em ambientes formais, tais como
conferências, seminários e formações, ou em contextos mais informais, como convívios dos trabalhadores
ou encontros das comissões fabriqueiras. No dia 21 de julho de 2018, a empresa Ferrão e Guerra (de
Águeda) foi o primeiro a aderir a este projeto. Assim, nas comemorações do 40º aniversário, todos os
trabalhadores da empresa pararam para interiorizar a importância do cumprimento das regras de Higiene e
Segurança no Trabalho, através da dança. O meu desejo é que, em 2020 possamos retomar novamente o
projeto e dá-lo a conhecer a outros agentes, cumprindo assim a sua missão.
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