Os avisos prévios de greve decaíram abruptamente com a pandemia do covid 19 chegando aos mínimos de 3 no passado mês de abril ,enquanto que no mesmo mês do ano passado se registaram 90.Nos meses de janeiro e fevereiro de 2020 ainda se registaram números aproximados aos de 2019, ocorrendo uma forte queda logo no mês de março com apenas 64 avisos face aos 133 do mesmo mês do ano passado.
Enquanto que no mês de abril os três avisos ocorreram no sector empresarial do estado nos meses seguintes foi fora desse sector que se registou a maioria dos avisos.Ao todo, e até julho incluído,oocorreram já 350 avisos prévios de greve, com os meses de julho(180) e julho(39) a indicarem claramente que a pandemia não abafou por completo a expressão dos conflitos laborais apesar de várias limitações impostas à população no que respeita a reunião, mobilidde e greve.
Ao contrário do que aconteceu com a crise financeira e social de 2009-2015, em que o ano de 2012 , com o memorando da Troika, foi o que teve mais greves (1895), o ano de 2020 , ano da pandemia,será um dos que irá ter menos greves nos últimos tempos.
Curiosamente foi o ano de 2016,o primeiro da solução política de esquerda,a «geringonça», que menor número de greves registou, apenas com 488.Depois o movimento foi crescendo de 2017 a 2019.Assim tivemos 633 registos de avisos em 2017, no ano de 2018 tivemos 733 e já em 2019 tivemos 1077.
Algumas leituras podemos fazer ao analisar estes números.A mais importante é que apesar das grandes limitações o movimento social e, em particular o movimento sindical, levou um murro mas não caiu.Mais do que nunca é nestes momentos que os trabalhadores precisam de um movimento sindical e social forte, coeso e credível.
Fonte:DGERT