Na CGTP a unidade é um problema ou uma vantagem?

Os sindicalistas socialistas da CGTP decidiram não participar na Comissão executiva da CGTP eleita no XVº Congresso desta Central sindical realizado nos dias 23 e 24 de fevereiro passado.Pretendem uma maior representratividade da sua corrente sindical e que também os sindicalistas ligados ao BE estivessem devidamente representados naquele órgão diretivo!Em comunicado os sindicalistas socialistas afirmam que «ao não incluir na sua composição sindicalistas de todas as correntes de opinião político-ideológicas das esquerdas que existem, coexistem e intervêm nos locais de trabalho, em particular, os sindicalistas socialistas, a actual composição da Comissão Executiva está amputada da realidade político-ideológica e sindical vivida pelos trabalhadores e trabalhadoras.»

O comunicado recorda ainda «que desde o Congresso de Todos os Sindicatos, em Janeiro de 1977, os sindicalistas socialistas da CGTP-IN sempre participaram activamente na Comissão Executiva da CGTP-IN, tendo contribuído decisivamente para a sua acção, apoio indefetível da classe trabalhadora e reconhecimento público.Recordamos também que, ao longo da história da CGTP-IN, sempre houve diferenças e divergências entre as diversas correntes de opinião político-ideológicas, designadamente sobre os conteúdos programáticos e os equilíbrios entre as várias correntes, aquando da composição dos órgãos dirigentes, com destaque para a Comissão Executiva.»

Lembram ainda aqueles sindicalistas que «Estes equilíbrios político-ideológicos nos órgãos são absolutamente necessários e sempre existiram desde 1977, repetimos, porque, no mundo do trabalho, há diversidade e pluralismo ideológico entre os trabalhadores e as trabalhadoras. Esta realidade é expressa na Confederação, na qual coabitam dialecticamente, nos órgãos sindicais, sindicalistas das correntes de opinião político-ideológicas do PCP, PS, BASE-FUT, BE, católicos progressistas e independentes, apesar de a corrente de opinião político-ideológica do BE nunca ter participado na Comissão Executiva.»

Sabemos também que existe muita preocupação noutros sindicalistas da Central, nomeadamente na BASE-FUT que pediu, entretanto, uma reunião com o novo secretário- geral da CGTP.Esta situação deve ser superada  para bem do movimento sindical português que tem importantes desafios nos próximos tempos!A unidade nunca pode ser um problema, mas antes uma vantagem!

Junta-te à BASE-FUT!