Dinheiro a fundo perdido da UE não é de borla!

Pois não, mas há muita gente a pensar que sim!A entrevista de Rui Baleiras, coordenador da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) ao Dinheiro Vivo de 8 de maio  intitulada «Dinheiro a fundo perdido da UE não é de borla,é dívida a pagar aos mercados» passou quase sem comentários .Foi um técnico a falar e não um político.Cetamente disse aquilo que nehum político agora quer dizer sobre a famosa «bazuca» salvadora.Eis aqui um bocado significativo da entrevista que diz muito em pouco espaço.

«Rui Baleiras:….Mas dizer que o dinhiro vem a fundo perdido….não é bem assim.Este PRR terá 13.900 milhões de euros em subvenções e o resto 2000 e tal milhões são empréstimos.Mas num caso como noutro, esta verba vai ter que ser reembolsada por Portugal à União Europeia (UE).Não sonhemos que este dinheiro vem de borla.

Reembolsado como?As subvenções não são a fundo perdido?

Rui Baleiras :De onde vem este dinheiro?

Do orçamento.

Rui Baleiras:E quem é que põe lá o dinheiro?

Os países

Rui Baleiras:Os países ou,e esta é a grande novidade deste novo ciclo orçamental na Europa, os mercados de capitais.A UE vai ao mercado financiar-se através de obrigações num montante astronómico.E o que está combinado é que serão os Estados-membros que depois pagarão em condições que ainda não são do conhecimento público.

O PRR vai ser pago mais á frente com aumento de impostos?

Rui Baleiras:Matemáticamente, é óbvio que sim, pode ser comportável, porque o dinheiro não cresce nas árvores.Se vamos ter de reembolsar estes 16.000 milhões de euros mais o dinheiro que utilizarmos de outros instrumentos europeus, como o SURE (apoio temporário para atenuar riscos de desemprego na pandemia)…Ou aumentamos impostos ou reduzimos despesa,Provavelmente durante 20,30, 40 anos.Pode ser que mais suave, mas lá que tem de ser pago, tem.Na economia nunca há dinheiro á borla.»

Por aqui podemos concluir que, para além das eventuais «reformas» que nos vão exigir a curto prazo,  vamos acrescentar dívida á nossa enorme dívida e, cada vez mais, ficamos cativos do mercado de capitais.Assim quem vai ganhar com esta megaoperação são os chamados investidores financeiros que nos vão «aliviar» com o seu dinheiro.

 

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