Este ano a CGTP faz meio século de existência.Sabemos que a histórica Central Sindical tem um programa comemorativo com diversas ações, embora reajustado aos constrangimentos da presente pandemia.Estaremos atentos e vamos solicitar alguns testemunhos sobre este acontecimento relevante para os trabalhadores portugueses e para a democracia.Nestas cinco décadas a CGTP foi um actor central das lutas sociais no nosso País e a voz inconformada dos trabalhadores portugueses.Como foi o início?
«A partir da segunda metade da década de sessenta, à imagem do que já havia acontecido entre 1945 e 1948, alguns sindicatos corporativos começaram a ser conquistados por direções da confiança dos trabalhadores, direções que inseriram a sua ação sindical no quadro geral da luta antifascista.A oposição organizada de católicos progressistas ao regime e à Guerra Colonial, na qual se integram as organizações sociais da Igreja, em particular a Liga Católica Operária (LOC) e a Juventude Operária Católica (JOC), traduziu-se no ãmbito sindical, na construção de lista unitárias, concorrentes às eleições sindicais, compostas por activistas comunistas, católicos, militantes do movimento clandestino BASE e independentes.
Um núcleo de importantes sindicatos, com destaque para os três sindicatos dos trabalhadores bancários, em Lisboa,Porto e Coimbra; dos operários metalúrgicos do Porto, Lisboa e Braga; dos operários de lanifícios do Porto, Lisboa, Castelo Branco, Guarda e Viseu; dos caixeiros de Lisboa e Porto;dos empregados de escritório e caixeiros de Santarém;dos profissionais de propaganda médica e dos jornalistas, entre outros,desligou-se da orgânica corporativa e formou a Intersindical, a 1 de outubro de 1970.Dez meses depois eram já cerca de 30 os sindicatos que reuniam na Intersindical»( CGTP in Contributos para a história do movimento operário e sindical,1977-1989,Volume II).