A BASE-Frente Unitária de Trabalhadores junta-se com regozijo a todas e a todos os portugueses que comemoram, no próximo dia 1 de outubro, o 50º Aniversário da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP-IN).
Há 50 anos, sindicalistas de várias convicções políticas e religiosas criaram a Intersindical Nacional, uma organização de trabalhadores democrática que deu corpo sindical à luta mais ampla contra a ditadura e a guerra colonial. Entre estes, estiveram sindicalistas ligados ao Grupo BASE, ao Centro de Cultura Operária (CCO) e a movimentos católicos como a Juventude Operária Católica (JOC) e a Liga Operária Católica (LOC). A Intersindical adotou o nome de CGTP-IN, no Congresso de todos os Sindicatos de 1977, assumindo assim toda a tradição anterior do movimento operário e sindical português, que germinou no século XIX e fez história no século XX.
A CGTP-IN teve um papel determinante na modelação da nossa democracia, tendo contribuído ativamente para a consagração dos direitos sociais e laborais fundamentais na Constituição da República Portuguesa. E, nessa senda, continuou e continua a ser um dos maiores esteios da luta por um país mais livre, mais justo e mais fraterno.
A BASE-FUT saúda assim fraternalmente todos os sindicalistas que fizeram e fazem parte deste grande coletivo sindical que é a CGTP-IN. Sem a sua persistência, generosidade e coragem, jamais se conseguiria defender, no meio de tantas vicissitudes e dificuldades, os direitos e interesses dos trabalhadores portugueses.
Para além da justa celebração do passado, esta data deve servir para traçar caminhos para futuro. A CGTP-IN, como todas as organizações de trabalhadores, enfrenta enormes desafios. O maior destes é colocado por um capitalismo predatório e global, que aproveita as crises criadas por si mesmo para aprofundar a exploração e as desigualdades, colocando em perigo o futuro do nosso planeta. Assim, a ação sindical só será eficaz se for ela própria global e alicerçada na solidariedade e cooperação internacional entre organizações de trabalhadores.
Face à atual situação social, sanitária, económica e política, torna-se também claro que a CGTP-IN, como maior organização sindical do país, pode e deve ser a casa-mãe de todos os trabalhadores portugueses. Mas, para o conseguir, a CGTP-IN terá de fazer pleno uso do seu princípio de unidade na diversidade. A recusa do sectarismo e a construção de consensos baseados no respeito pelas diferenças políticas e ideológicas são condições fundamentais para o reforço da ação sindical nos locais de trabalho. O futuro da CGTP-IN está no seu alargamento, da base ao topo, e não no seu acantonamento e autolimitação. É essa a nossa convicção, é essa a nossa luta!
Pela nossa parte, a BASE-FUT vai continuar a empenhar-se na unidade dos trabalhadores portugueses, contribuindo, na medida das suas forças, para que alcancemos patamares de convergência mais sólidos entre organizações de trabalhadores e também com outras organizações e movimentos sociais que lutam contra a injustiça, a precariedade e o autoritarismo.
Viva a CGTP-IN!
Vivam os trabalhadores portugueses!
Lisboa, 26 de setembro de 2020
A Comissão Executiva Nacional da BASE-FUT