Movimentos populares querem outro modelo económico e social

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Documento síntese do IV Encontro Mundial dos Movimentos Populares afirma que «A pandemia revelou o que os movimentos sociais mundiais têm denunciado: o esgotamento do sistema capitalista explorador, predatório e destruidor da vida, que coloca o lucro acima dos seres humanos e da natureza. As desigualdades se tornaram mais acentuadas do que nunca na história da humanidade, tanto entre os povos quanto dentro das nações. Basta olhar para a distribuição injusta de vacinas para entender que não existe uma verdadeira comunidade internacional, mas sim um domínio grotesco de grandes grupos econômicos e um punhado de poderes que monopolizam bens indispensáveis, tais como as vacinas que impedem a pandemia.

No documento os Movimentos afirmam ainda:« Defendemos a construção de um novo paradigma de desenvolvimento
humano integral, que priorize a vida antes do lucro, que harmonize as relações humanas e ambientais. Entendemos que a luta contra a pobreza e a exclusão é um problema político e não apenas um problema social. Portanto,uma profunda reformulação é necessária: um novo modelo humano,igualitário, fraterno, livre, participativo e ecológico. A pandemia da covid-19 aprofundou as desigualdades, mas ao mesmo tempo destacou o papel dos
movimentos populares nas comunidades mais pobres.
Propomos uma nova arquitetura internacional, em consonância com o sistema multipolar, que respeite a autodeterminação e a soberania dos povos, e promova uma governança internacional baseada na solidariedade e na
cooperação, onde a paz mundial, a democracia participativa, o planejamento econômico, a justiça social e o respeito à natureza sejam compreendidos como parte de um todo integral.»

No IV Encontro, que teve a participação do Papa Francisco, os Movimentos Populares reafirmaram a  luta pela terra, teto e trabalho, para todos/as em todos os lugares, e concluímos que retornar à normalidade pré-Coronavírus seria suicida. Sem secundarizar as lutas locais,
concordamos em também priorizar os seguintes pontos de alcance universal como demandas imediatas dos movimentos populares:
₋ Sistemas de saúde pública gratuitos
₋ Liberação de patentes de vacinas
₋ Atingir um salário universal para todas as pessoas sem renda fixa
₋ Garantia de mobilidade humana para migrantes e refugiados livre de
violência e restrições aos direitos humanos básicos

₋ Uma moratória global sobre despejos até que a situação pandêmica seja superada e o planejamento de um sistema de habitação pública e social.
₋ Implementar uma Reforma Agrária Popular, impondo um tamanho máximo de propriedade agrícola, priorizando a produção de alimentos saudáveis e adotando a agroecologia como o principal método de produção para substituir o padrão do agronegócio baseado em transgênicos.
₋ Cumprimento estrito dos compromissos multilaterais para amenização e adaptação às mudanças climáticas.
₋ Suspensão de todas as ações extrativas para frear o Ecocídio na Amazônia e em outros pontos críticos do planeta.
₋ Levantamento de todas as medidas unilaterais por superpotências que impedem o acesso a medicamentos e assistência humanitária.
₋ Cancelamento da dívida dos países em desenvolvimento.»

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