O custo de vida aumenta, o povo não aguenta!

Sindicatos de todo o mundo lutam contra o empobrecimento dos trabalhadores!A convergência entre a pandemia COVID 19 com a guerra na Ucrânia levaram o mundo para uma situação não apenas perigosa mas também aflitiva para os trabalhadores e pensionistas mais pobres.Em algumas partes do mundo a fome vai aumentar pela falta de alimentos básicos como o pão e  cereais fundamentais como o arroz e  o milho.Em quase toda a parte as empresas e os governos não estão disponíveis para compensar a subida da inflação com aumentos salariais.Ainda vinga a falsa tese de que os salários são a principal causa da subida da inflação .A crise vai cair toda nas costas dos trabalhadores e dos pobres?

A mobilização e participação dos trabalhadores são fundamentais aqui e em qualquer lugar

Em Portugal os sindicatos da CGTP já começaram a mobilização dos trabalhadores na rua e nas empresas e serviços através da pressão pública e da negociação colectiva.No passado dia 20 foi a vez da Administração Pública com uma grande manifestação nacional.No dia 27 de maio a CGTP promove  uma concentrção em Lisboa e várias ações por todo o País.Objectivo pricipal é um aumento de 90 euros para todos ainda em 2022 e o aumento do salário mínimo para 800 euros.Nos locais de trabalho onde existe organização sindical preparam-se greves e revisão de acordos de  empresa para levar à revisão salarial.

A UGT, embora tenha reivindicado uma valorização salarial  no seu recente congresso, não se vê na rua, aceita acordos em empresas públicas de 0,9% como na CP e espera por um acordo global de rendimentos que óbviamente apenas poderá ter efeitos para 2023.

A falta de convergência de ação das duas centrais sindicais e a inércia da UGT  num momento tão difícil dificulta a mobilização dos trabalhadores portugueses.Todos os trabalhadores que poderão não se rever na CGTP ficam sem instrumento de mobilização.É de assinalar ,no entanto, que alguns pequenos  sindicatos como o Sindicato dos Trabalhadores de Call Centers estão activos nesta luta.Até agora da parte do governo as portas parecem estar fechadas ás reivindicações sindicaisEm breve o orçamento estará fechado.

O presidente dos patrões, António Saraiva, já veio avisar, em artigo no jornal «Publico», que um aumento salarial seria «trágico» e levaria a uma espiral de inflação.Diz que os patrões portugueses estão conscientes dos estragos que a inflação está a fazer aos trabalhadores….Que ironia!.Tudo somado apenas uma forte pressão popular agora e no futuro poderá forçar a uma mudança de política, nomeadamente para 2023.

Na Europa a Confederação Europeia de Sindicatos tem como objectivo um salário mínimo justo em todos os países .Aposta na directiva sobre esta matéria.Não se vislumbra na actual CES qualquer tipo de mobilização própria sobre o aumento do custo de vida na Europa e em todo o mundo por causa da guerra e da pandemia.Cada vez mais esta plataforma sindical se torna amorfa!

Na Bélgica , onde os salários são mais altos do que no nosso País as centrals sindicais mais importantes,nomeadamente a CSC de inspiração cristã e a FGTB,socialista,,também estiveram em manifestação no passado dia 20 sob o lema «a vida está cara, são necessários melhores salários» e estão  a pensar que serão atendidos em parte das suas pretensões.

Em França a CGT francesa também está em luta por melhores salários.O lema é «Aumentar os salários é possível….» esta Central sindical pretende aumentar a mobilização popular para forçar a cedências do governo de Macron recentemente reeleito.Para a CGT de França existe neste momento uma poderosa luta ideológica  com o neo liberalismo que pretende a estagnação salarial e o enfraquecimento da negociação colectiva.Por seu lado, a CFDT está mais virada para a ação na negociação colectiva.

Por sua vez a UGT espanhola vai negociar sector a sector os aumentos salarias perante a recusa do patronato em aceitar um aumento global dos mesmos.

Para a Central Única de Trabalhadores do Brasil ,a CUT,um dos responsáveis do aumento do custo de vida é o presidente Bolsonaro,é o BOLSOCARO.Este País é um dos que tem a inflação mais alta dos G20. Existe uma forte campanha sindical e cívica contra o aumento do custo de vida ligando-a politicamente a Bolsonaro.

Sindicatos chilenos, nomeadamente a CUT conseguem aumentos salariais,nomeadamente do salário mínimo na ordem de 14%.Conseguem inclusive a proteção dos preços de um cabaz básico de alimentos.

Sem aumento de salários os benefícios serão apenas do capital

Em recentes artigos de opinião de economistas e investigadores sociais não comprometios com o capital tem avançado a opinião de que a situação exige aumentos salariais adequados à subida da inflação para impedir o crescimento das desigualdades e o aumento da pobreza na Europa e em todo o mundo.

Em recente artigo aqui publicado o Coordenador Nacional da BASE-FUT, Pedro Estevão ,intitulado «subida dos preços exige aumento de salários» escreve:« se os salários não forem aumentados então toda a diferença de valor acrescentado inerente à subida de preços reverterá exclusivamente para o capital sob a forma de aumento de lucros.E encontraremos aqui o grupo beneficiário da decisão do governo..»

Mais adiante escreve Pedro Estevão:«o governo tem no curto prazo o poder de proteger dos efeitos da inflação.E aqui a escolha é puramente política:pode dar prioridade à proteção dos trabalhadores, promovendo aumentos equilibrados e razoáveis de salários que permitam pelo menos anular os efeitos do aumento de preços…».

 

 

Junta-te à BASE-FUT!