Estudo da CGTP (1) publicado em 2012, em plena crise, revelou dados interessantes sobre nosso sindicalismo, nomeadamente sobre a opinião de sindicalizados em relação às greves, razões do abandono do sindicato e o que pensam da histórica Confederação sindical entre outras matérias.
Assim quando se pergunta aos sindicalizados da CGTP qual a principal imagem que associam à Confederação surge por ordem decrescente:«defesa dos direitos dos trabalhadores»;«poder reivindicativo»;«manifestações»;«o líder»;«delegado sindical».Só em sexto lugar aparece «Partido Comunista».Esta última quase não tem expressão nos mais jovens.
Todavia, também se afirma no estudo que 46% dos inquiridos sindicalizados estimam que os sindicatos do seu sector não sabem o que se passa no seu local de trabalho.
Relativamente às greves a maioria dos inquiridos considera-as úteis.No entanto, quando se lhes pergunta quais os resultados obtidos na sequência da última greve que terá feito a resposta para mais de metade é « nenhuma» e apenas 6,5% declararam ter obtido «uma satisfação total».
Por outro lado , se é verdade que 60% dos inquiridos considera que os sindicatos têm em conta a «opinião dos trabalhadores nas suas decisões», chegam, no entanto, a quase 52% os que acusam os sindicatos de estarem mais interessados em fazer política partidária do que defenderem os trabalhadores».
Relativamente às razões da dessindicalização quase 20% dos ex-sindicalizados invocaram falta de interesse e quase 36% não estavam satisfeitos ou sairam por outros motivos que não revelaram.
O maior volume de desfiliação sindical verificou-se nos serviços e na administração pública.A desfiliação atinge os trabalhadores com menores qualificações.
Estranhamente, ou talvez não, um quinto dos inquiridos sindicalizados afirma que nunca consultou a página web da CGTP. O estudo confirma ainda o peso da administração pública nos sindicalizados(41% dos inquiridos).Acresce ainda o peso dos serviços ,com 34% ,e a baixa sindicalização entre os jovens.
- Estudo «A comunicação Sindical da CGTP-IN» de José Rebelo e Rui Brites com a coordenação de Deolinda Machado.O estudo analisa mais de 1004 respostas a um questionário de sindicalizados e ex -sindicalizados, a maioria da CGTP.