Subir ao rochedo, sem medo!Enfrentar a pandemia!

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Avelino Pinto*

“Quando aprendemos a relaxar o corpo, a respiração e a mente, o corpo torna-se saudável, a mente torna-se limpa e a percepção torna-se equilibrada.

                                                                                                             “T. Tulku, mestre budista

“Eu creio que o melhor presente que posso receber das pessoas, é ser olhado por elas, compreendido por elas, tocado por elas.” (Virginia Satir, 1976)

 

“A ansiedade que mais senti, o que me fez mais confusão foi o silêncio, deixar de ouvir os aviões, os combóios. Deu-me cabo da cabeça. O silêncio era um peso dentro de mim, sentia a pressão alta, e quando fui medir estava a 14, a pulsação num aceleramento grande”, disse a Ana, e o Zé, ao lado, concluiu: “As cabeçorras fracas estão em aflição, ansiosas, inseguras, interrogativas acerca de como sair disto”.

 

Estes meses questionam-nos: como conduzir o meu barquinho no meio de ondas tão revoltas? Como sair do túnel para a liberdade, como no filme “A Grande Evasão”?

É verdade que olhar para nós próprios custa, retirar a máscara, descer à cave, ir além do eu da superfície, descobrir que não sabemos por onde é, agora, o caminho. Impõe-se ouvir a consciência que observa as nossas experiências, emoções, estado de espírito.

A capacidade de nos curarmos existe e aumenta quando nos reconhecenos ansiosos, impacientes com ilusões e confusões na vida diária, sem conseguir enxergar um sentido para viver.

Num vídeo, um amigo falou de três eixos, três desafios.

 

  • Por-me de bem comigo, despertar a esperança adormecida, festejar o bom desempenho dum amigo ou meu, livrar-me da escravidão de ser sempre o mesmo.
  • Exercer a gratuidade como um horizonte à nossa frente: dar a vez, a voz a alguém, manifestar um coração compassivo no querer o bem-estar dos outros, abrir a porta a uma maneira honesta e corajosa de os ver a outra luz.
  • Praticar alianças acerca do modo como estamos a sair do túnel, a descobrir um caminho, sem seguir o costume de falar mal dos erros e falhas dos outros.

 

“Em qualquer idade posso descobrir que sou parte integrante e co-autor de tudo o que me acontece. Posso aprender a não acusar o outro nem a acusar-me a mim próprio, por tudo o que ocorre na minha vida. A pior das solidões não é estar só mas ser um companheiro terrível para si mesmo”. (Em ” A Coragem de Ser Autêntico”, Jacques Salomé).

 

Não há modelos de futuro, há experiências que nos conduzem lá. Tenho de me encontrar e de subir ao rochedo. Pode acontecer que tenha de fazer alianças e pedir ajuda para encontrar o meu rochedo, e para o subir. Essa é a minha parte.

 

Avelino Pinto (Setembro, 2020)

Mestre em Psicologia, formador e animador sócio-cultural

 

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