Quando a solidariedade não é uma palavra vã

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António Ludovino*

Provérbio guineense: «Si bu na bulido costa, buli barriga» – “Se alguém te ajudar, não fiques de braços cruzados”

Não é de agora que iniciativas de solidariedade com o povo da Guiné se realizam na Região do Oeste impulsionadas por gente ligada á Casa do Oeste, Fundação João XXIII e Ação Católica Rural.

Este movimento, que não para, que todos os dias cresce um pouco mais, nasceu em 1990 com a ida de uma dúzia de pessoas da Ação Católica Rural (A.C.R.) da zona de Mafra, fazer umas “férias solidárias” à Guiné…

Hoje são muitas as centenas de pessoas envolvidas neste grande PROJETO: “apoiar os guineenses nos seus sonhos de desenvolvimento suprindo necessidades prementes; promover a autonomia responsável e sustentabilidade de projetos do povo guineense”.

O Núcleo de Apoio à Guiné, da Fundação João XXIII/Casa do Oeste, coordena e enquadra as iniciativas que surgem no âmbito deste PROJETO.

Durante este mês de janeiro  decorreram, com grande azáfama (mais de 12 voluntários, 6 dias por semana) os trabalhos de seleção e carregamento de 3 contentores que seguiram para a Guiné com: 1 barco para serviço da diocese,  1 camioneta para a Cooperativa Agrícola João XXIII, equipamento/material hospitalar, roupa, livros e material escolar,  mobiliário escolar, material de construção civil, mobílias, brinquedos, material/equipamentos agrícolas e sementes, produtos alimentares, etc.

Todos estes bens se destinam a projetos concretos, identificados nos contactos mantidos, regularmente, com os responsáveis das instituições locais, nas diversas “ferias solidárias” organizadas pela Fundação e através dos seus delegados na Guiné.

Exemplos concretos de solidariedade

A recolha de fundos e bens surgem por iniciativa de pequenos grupos, associações, comunidades escolares, etc.  que organizam atividades e campanhas no Oeste e, até, um pouco por todo o país.

É o caso do grupo cénico da Sociedade Filarmónica da Assafora, próximo de Sintra, que levou à cena, no passado dia 26, a peça “O Pátio das Cantigas” (uma adaptação ao teatro do filme “O Pátio dsa Cantigas”, de 1942) e cujas verbas reverteram a favor das ações de solidariedade com a Guiné., apoiados pela Fundação João XXIII/Casa do Oeste.

Com o lema: “Des(fazer) a in(diferença)” o Agrupamento de Escolas Joaquim Inácio da Cruz Sobral (Sobral de Monte Agraço) desenvolveu uma campanha de recolha de manuais escolares e outros materiais que foram entregues na Casa do Oeste por professoras do agrupamento no mês de dezembro. Desde há alguns anos que se repete este procedimento que conta com o apoio da autarquia. Também a Biblioteca Municipal se tem associado às campanhas, colaborando com a doação de algumas obras. Este ano, foi alargado o âmbito da recolha e as bibliotecas escolares propuseram à comunidade educativa a colaboração com esta missão através da doação de material escolar e livros infanto-juvenis. O resultado provou que o espírito solidário é, de facto, característico do nosso povo, e que é importante sensibilizar desde cedo os mais novos para a partilha com quem mais precisa.

Famílias de coração, são um grupo de voluntários, coordenados pelo Núcleo da Guiné da Fundação João XXIII, que acolhem crianças da Guiné-Bissau necessitadas de tratamento médico e hospitalar em Portugal e que, nestes 3 anos de existência, receberam mais de 100 crianças.

Este grupo tem a decorrer, neste momento, uma campanha intitulada: “Recolher por cá, dar por lá”.  Estas e outras crianças revelam escassez de bens essenciais no seu país. Nesta recolha pretende-se angariar:  leite em pó, enlatados, óleo, bolachas sem recheio, massas, fraldas, cremes hidratantes, sabonetes, pastas e escovas de dentes, material escolar e brinquedos. Está a ser preparado o envio de um contentor com os produtos recolhidos. Um dos pontos de recolha é a Casa do Oeste. Podem ainda ser feitos donativos através do IBAN: PT50 0033 0000 4549 7084 2830 5. Para mais informações +351 916 126 473 ou redar.guine@gmail.com ou geral@casadooeste.pt .

O envolvimento e generosidade de dezenas de voluntários por esta causa são uma demonstração do quanto se pode quando se acredita na força da solidariedade… e no que se ganha quando se dá.

António Ludovino é Director da Fundação João XXIII/Casa do Oeste

 

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