Professores debatem educação e condições de trabalho

 

A federação sindical dos professores,FENPROF, realiza hoje e amanhã o seu 14º Congresso na cidade de Viseu.No programa de ação apresentado pela Direção podemos ler:«As condições de trabalho dos professores, o envelhecimento, o desgaste e a exaustão que são sentidos, levam a que uma larguíssima maioria deseje sair e este é mais um problema que tem de ser encarado sem subterfúgios.

De acordo com o estudo promovido pela FENPROF sobre As condições de vida e de trabalho na Educação em Portugal, a esmagadora maioria dos professores em Portugal anseia pela aposentação. Foram 84% os inquiridos que afirmaram ser a aposentação o seu maior desejo e que, ao longo de cada ano, anseiam pelos fins-de-semana e pelas férias.

A tal não é alheio o facto de 76% dos profissionais apresentarem sinais de exaustão emocional, com quase metade, mais precisamente 48%, a atingirem níveis preocupantes de burnout. Estes elevados níveis de exaustão levam os professores, cada vez mais, a entrarem num quadro de sofrimento, o que, como afirmou Cristophe Dejours, é inevitável, na medida em que está ligado à experiência de impotência e de fracasso que resulta da dificuldade de superar os obstáculos que se colocam. Obstáculos que levam a que muitos professores cedam, limitando a sua atividade à instrução, isto é, à transmissão de conhecimentos, porque a dimensão educativa toma demasiado tempo, face ao que a tutela lhes exige.

Aos obstáculos identificados por Cristophe Dejours, limitadores da atividade plena dos docentes, acresce, como o próprio também menciona, que “no contexto atual, os esforços incríveis dos professores não são reconhecidos pela hierarquia nem pelo próprio Estado. Em vez do reconhecimento que deveriam ter, os professores são julgados frequentemente de forma depreciativa e até mesmo humilhante”, conduzindo “à perda de prestígio da profissão docente, isto é, a uma perda de reconhecimento da sua contribuição na cultura e na sociedade, o que agrava, ainda mais, o sofrimento dos professores, levando a um aumento de baixas médicas com uma incidência brutal nas doenças psíquicas, depressões ou descompensações psicopatológicas”

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