O sector privado tem vindo a congelar os salários para 2020 com o argumento da pandemia.O Estado ao não aumentar os funcionários públicos acabou por dar uma ajudinha.Em alguns sectores as negociações foram interrompidas antes do Verão e não voltou a ouvir-se falar em diálogo social.Nos tempos das vacas gordas para as empresas dos sectores têxteis e do calçado, por exemplo, a maioria dos trabalhadores pouco auferia mais do que o salário mínimo.Agora nos tempos das vacas magras temos o covide e continuam os baixos salários e o congelamento dos mesmos.Pior ainda é que algumas empresas estão a fazer despedimentos colectivos!
O Federação sindical do sector têxtil e calçado, FESETE, resumia a situação em setembro passado assim:«Os efeitos da pandemia do COVID-19 está a agravar a situação económica e social dos trabalhadores, em particular o congelamento dos salários, a redução da retribuição pela aplicação do Lay-Off e para outros a perda de emprego. As medidas decretadas pelo Governo durante a pandemia protegeram mais os interesses económicos dos patrões do que os direitos básicos e laborais dos trabalhadores. Os sindicatos foram afastados no terreno do acompanhamento e informação das medidas de apoio às empresas, o que permitiu a patrões ávidos do lucro fácil recorrer ao Lay-Off e beneficiar dos respectivos apoios invocando a paragem total ou parcial da produção, mas na realidade mantiveram as empresas a trabalhar durante as 8 horas e, em alguns casos, até às 9 ou 10 horas diárias. Não menos escandaloso foi o Governo permitir que empresas dos nossos sectores que nos últimos anos apresentaram lucros de dezenas de milhões de euros tivessem acesso ao Lay-Off e recebido apoios da Segurança Social.»
Contra esta situação a CGTP organiza uma semana de luta de 7 a 11 de dezembro.É pouco?Pior seria estar paralizado!A pandemia não pode servir como argumento para o ataque aos direitos dos trabalhadores!