Os protestos contra a reforma do sistema de aposentação mantêem-se vivos em França. Após as manifestações de 5 e 10 de dezembro, 1,8 milhão de manifestantes (615 000 de acordo com o ministério da administração interna) desfilaram em dezenas de cidades francesas no passado dia 17 de dezembro. Pela primeira vez desde o início do conflito a Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT) – principal confederação reformista – juntou-se às outras Centrais Sindicais nas manifestações. Os números dos manifestantes mostram que a mobilização está para durar. Estiveram 1,5 milhão de manifestantes a 5 de dezembro (806 000 de acordo com o ministério) e 885 000 a 10 de dezembro (339 000 de acordo com o ministério). Enquanto o governo não parece estar aberto a concessões de fundo, a constituição de um forte movimento intersindical constitui um dos principais desafios.
Desde o início do movimento que vários setores se mobilizaram, tais como os transportes, a saúde, a justiça ou ainda o ensino. A greve nos transportes entrou hoje no seu 16º dia. As negociações entre o governo e os sindicatos abriram esta semana num contexto de enfraquecimento do executivo com a saída do ministro Jean-Paul Delevoye. Foi revelado esta semana que o ministro tinha escondido funções e rendimentos incompatíveis com o exercício de um cargo ministerial e foi obrigado a demitir-se no início da semana. No entanto, nenhum acordo está à vista no quadro das negociações: a maioria do movimento sindical pede o cancelamento do projeto do governo enquanto este mantém o objetivo de criar um regime de aposentação assente num sistema de pontuação. Os sindicatos temem a criação de novas desigualdades com o risco da diminuição futura das pensões. A intersindical já anunciou uma nova jornada de luta para dia 9 de janeiro de 2020.