Na nossa cultura laboral está profundamente enraizada a separação entre sindicato e trabalhadores. A nossa linguagem exprime todos os dias essa fratura: dizemos «quando vem o sindicato reunir com os trabalhadores”, O «sindicato não fez isto ou fez aquilo». Ou seja, para muitos trabalhadores o sindicato é a direção do mesmo, são os dirigentes. Por incrível que pareça esta separação intelectual também aparece no discurso de alguns delegados sindicais e dirigentes contribuindo assim para reforçar essa falsa separação entre os trabalhadores e a estrutura sindical.

Para combatermos esta situação há que começar por afirmar no discurso e prática sindical o protagonismo do trabalhador sindicalizado. Este é a base do sindicato e a sua razão de ser. É o trabalhador sindicalizado que paga as quotas para que o sindicato possa agir, ser autónomo. São os trabalhadores sindicalizados que elegem o delegado sindical nos locais de trabalho, são estes trabalhadores que elegem a direção do sindicato.

Sem trabalhadores sindicalizados organizados não existe sindicato nem ação sindical. Delegados e dirigentes sindicais respodem democraticamente em última instância perante os trabalhadores sindicalizados. Deste modo o trabalhador sindicalizado e o sindicato não são entidades diferentes e separadas. A organização do sindicato nos locais de trabalho assenta nos trabalhadores sindicalizados, nos delegados sindicais e comissões sindicais.

Sem os trabalhadores sindicalizados o sindicato não seria mais do que um gabinete técnico jurídico mas nunca uma organização de massas, solidária e de transformação social.

Estar sindicalizado obriga a uma quota mensal. No entanto, essa quota é devolvida ao trabalhador no IRS! Estar sindicalizado é assim uma vantagem sem custos!