.Em Portugal ainda trabalham ao Domingo 477 mulheres; 461 mil fazem serão;403 mil fazem turnos e quase 150 mil trabalham de noite-
O trabalho precário atinge sobretudo os mais jovens e as mulheres: 40% dos menores de 35 anos têm vínculos precários e mais de metade são mulheres.
Entre as menores de 25 anos a precariedade do emprego chega aos 65%. Além da insegurança laboral e de um mecanismo de chantagem, a precariedade é utilizada para pagar salários, em média, 30% mais baixos aos trabalhadores com vínculos precários, do que aos trabalhadores com vínculo efectivo. As mulheres trabalhadoras auferem, em média, salários base 14,5% mais baixos do que os homens em trabalho igual ou de valor igual considerando as remunerações base no sector privado e no sector empresarial do Estado, sendo a diferença maior nas empresas privadas (22,5%), do que nas empresas públicas (13%).
A desigualdade é ainda mais elevada quando comparamos os ganhos nas qualificações mais altas, atingindo um diferencial de 26,1% entre os quadros superiores. Nos ganhos mensais o diferencial global sobe para 17,8%.
Na Administração Pública o problema verifica-se no acesso de mulheres a cargos dirigentes, sendo as mulheres apenas 40% do total de dirigentes superiores, apesar de constituírem 59% dos trabalhadores do sector, o que depois se reflecte nos salários. Portugal é o quarto país da União Europeia onde se trabalha habitualmente mais horas por semana a tempo completo.
Perto de 750 mil mulheres trabalham ao sábado, mais de 477 mil ao domingo, 461 mil ao serão, 403 mil por turnos e 148 mil à noite. Relativamente ao trabalho não pago – tarefas e responsabilidades no quadro doméstico/familiar – as mulheres com actividade profissional despendem mais 1h40 por dia útil que os homens.
Mulheres mais afectadas pelas doenças profissionais e violência doméstica
As mulheres trabalhadoras continuam a ser as mais afectadas pelas doenças profissionais que, segundo a OIT – Organização Internacional do Trabalho, matam seis vezes mais trabalhadores a nível mundial que os acidentes de trabalho e deixam incapacitados milhares de trabalhadores.
As mulheres trabalhadoras são as mais afectadas pelas doenças profissionais – que na esmagadora maioria são incapacitantes – representando 70% do total das certificações. A maioria das incapacidades resulta de lesões músculo-esqueléticas.
Finalmente as mulheres sofrem de assédio moral e sexual e violência doméstica em maior percentagem do que os homens.Em 2019 morreram 33 a 35 mulheres vítimas de violência doméstica.
Mesmo nos cargos sindicais as mulheres ainda estão em minoria, em particular nas comissões de trabalhadores.
É assim importante um grande esforço das organizações de trabalhadores e de outros actores sociais no sentido de pressionar o governo e a União Europeia para que se implementem melhores políticas de igualdade, nomeadamente de trabalho igual a salário igual.
Neste quadro a CGTP promove de 2 a 6 de março a SEMANA da IGUALDADE com ações por todo o País.
Nota:Parte substancial destes dados foram retirados de documento da CGTP.