Em conferência de imprensa ,Manuel Carvalho da Silva, ex-secretário geral da CGTP e José Manuel Torres Couto, ex-secretário-geral da UGT, fizeram no passado dia 5 de setembro, em Lisboa, um apelo veemente à convergência entre as duas principais centrais sindicais portuguesas na resistência à proposta do Governo de alteração da legislação laboral.
Torres Couto classificou a proposta como “indecente” e Carvalho da Silva denunciou o facto de ela ter sido omitida do programa eleitoral da AD e não ter outra justificação para existir que não a resposta aos anseios dos setores mais retrógrados do patronato português – ignorando completamente aos verdadeiros problemas da economia nacional.
Em conjunto, alertaram para os graves consequências para os direitos dos trabalhadores que decorrerão de uma eventual aprovação desta proposta – incluindo o atrofiar da negociação coletiva, o aumento da precariedade por via da introdução de mais entraves ao reconhecimento da existência de relações laborais, o entreabrir da porta para o desaparecimento dos subsídios de férias e de natal e o aumento da jornada efetiva de trabalho.
Face à gravidade do momento – que Carvalho da Silva classificou como “uma das três ofensivas mais profundas em democracia” contra os direitos dos trabalhadores, depois do pacote laboral do Governo de Cavaco Silva em 1988 e das alterações fomentadas pela Troika em 2011 – os dois ex-líderes manifestaram esperança que a CGTP e à UGT saibam “separar o essencial do acessório” e desenvolvam um trabalho de convergência na organização de ações e lutas conjuntas que permitam mobilizar a sociedade portuguesa na resistência contra estes retrocessos.
João Paulo Branco, Presidente da Mesa do Congresso da BASE-FUT e Pedro Estevão, Coordenador Nacional, estiveram presentes na conferência de imprensa.