Os trabalhadores das cantinas escolares estão hoje em greve nacional.São 90% precários com contratos de setembro a junho!Nos restantes meses não comerão nem pagarão luz e água?
Fontes sindicais afirmam:«Grande parte das cantinas escolares estão concessionadas a empresas externas que, por sua vez, ainda vão recrutar trabalhadores a empresas de aluguer de mão de obra. Os sindicatos do sector responsabilizam a DGEstE e as câmaras municipais pela degradação das condições e das relações de trabalho a que o sector chegou.
A federação dos sindicatos do sector destaca, pela negativa, o exemplo da Uniself, concessionária do serviço de refeições da esmagadora maioria das cantinas, que está a deixar desempregados trabalhadores com dezenas de anos de serviço nas cantinas escolares, ao mesmo tempo que reduz a carga horária e retira direitos adquiridos aos que mantém.
A Eurest, outra empresa concessionária de cantina escolares do 1.º e 2.º ciclo geridas pelas câmaras municipais, “empurrou” para empresas de trabalho temporário centenas de trabalhadores, como aconteceu nos concelhos do Porto, Gondomar e Valongo, e estas empresas de trabalho temporário estão a obrigar os trabalhadores a assinarem contratos a termo incerto.
A Gertal, que tem, entre outras, as concessões das cantinas escolares de Matosinhos, Gaia e Barcelos, a maioria do 1.º ciclo e algumas do 2.º ciclo, está a obrigar os trabalhadores a assinarem contratos de 3 meses e ainda não pagou a compensação por caducidade dos contratos do ano letivo anterior.
A ICA, que também explora cantinas das escolas do 1.º e 2.º ciclo, também está a obrigar os trabalhadores a assinarem contratos a termo incerto.
Assim, as empresas deste setor de atividade agravaram muito as condições de trabalho e de vida destes trabalhadores, não pagando os direitos do ano letivo anterior, não contratando este ano letivo muito trabalhadores que trabalhavam há dezenas de anos, reduzindo a carga horária a outros ou reduzindo os direitos.
O Governo descentralizou competências para as autarquias, mas não acautelou os direitos dos trabalhadores, pois a Câmara Municipal de Mangualde assumiu a gestão das escolas do 2.º ciclo mas não assumiu os trabalhadores, enquanto a Câmara Municipal de Viana do Castelo assumiu os trabalhadores.
Há crianças a passar fome
Há direções escolares que estão a proibir as crianças de tomarem refeições nas cantinas se não tiveram aulas de manhã e de tarde, reduzindo drasticamente o número de refeições e deixando as crianças que recebem apoio dos escalões A e B a passar fome.
Os trabalhadores deste setor de atividade nunca se viram numa situação tão aflitiva e sentem-se desprotegidos pelo Governo e ACT».
Fonte:Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal: