Os resultados do recente grupo de trabalho internacional EZA sobre «A Promoção da Segurança e Saúde no Trabalho como Direito fundamental no quadro do Pilar Europeu dos Direitos Sociais» coordenado pelo CFTL/BASE-FUT e tendo como parceiros nacionais a FIDESTRA e a LOC/MTC e internacionais a CFTC,USO CEAT ,Espanha, e IFES ,Roménia, podem ser analisados a dois níveis;
1º Resultados no domínio da segurança e saúde no trabalho;
2º Resultados ao nível formativo/pedagógico.
No que respeita ao primeiro ponto temos o Relatório final com as recomendações, bem como as atas de todas as reuniões e contributos dos respetivos membros.
Esta reflexão centra-se principalmente na metodologia adotada pelo Grupo de Trabalho acima referido e que foi vivamente enaltecida pelos participantes e pelo avaliador do EZA, Norbert Klein.
Em que consistiu essa metodologia proposta pela Coordenação e adotada pelo Grupo de Trabalho e sintetizada na primeira reunião realizada em Sines a 8 de novembro de 2024? A metodologia consistiu em três etapas:
Primeira etapa:
Uma reunião presencial de todos os parceiros do Grupo de Trabalho onde cada país apresentou os seus pontos de vista sobre o tema e aprovou uma metodologia participativa de trabalho futuro.
O Grupo adota uma coordenação coletiva e uma forma de trabalho entre reuniões assente no intercâmbio documental, eventuais trocas de opiniões online e até eventualmente a audição de especialistas ou grupos de interesse na matéria.
Segunda etapa:
Nesta etapa a Coordenação recolhe os contributos escritos dos parceiros, gere a sua circulação por todos os membros e vai preparando um primeiro esboço de relatório que integre as abordagens da primeira reunião e os contributos que vão chegando.
Esta etapa é muito importante para o sucesso do trabalho final que depende dos contributos de cada membro e da sua integração no relatório. A Coordenação terá que estar muito atenta e ativa para que todos possam dar o seu contributo.
Terceira etapa:
Reunião ou reuniões de avaliação e de aprovação do Relatório Final. Seleção das principais conclusões e recomendações e eventuais contributos de última hora ainda a integrar no relatório final.
O grupo deve decidir o que fazer com o Relatório final, nomeadamente quais as entidades a quem enviar o mesmo, a sua divulgação e o eventual aprofundamento da matéria com outro Grupo de Trabalho.
Metodologia e instrumentos do grupo de trabalho
Esta metodologia participativa considera que todos os membros têm contributos a dar e a receber e que, no final, todos vão ficar mais conhecedores da matéria.
A Coordenação é democrática no sentido que garante a participação de todos em pé de igualdade.
Para a redação do relatório a Coordenação pode ouvir pessoas ou grupos externos, sempre com o conhecimento e concordância dos membros do Grupo de Trabalho.
Como instrumentos do grupo de Trabalho temos o correio eletrónico, a reunião presencial e online, a página do facebbok, o grupo WhatsApp, o blogue e outros imaginados…
De todas as reuniões do Grupo de Trabalho a coordenação deve elaborar uma ATA onde constem os contributos e recomendações essenciais dos parceiros.
Avaliação final do Grupo de Trabalho
O Grupo de Trabalho, ou pelo menos a sua Coordenação, deve realizar uma avaliação final. Poderá ocorrer na última reunião presencial a realizar, caso não seja possível uma reunião específica, que poderá ser de convívio entre todos!
NOTA FINAL
Esta metodologia pode ser utilizada tanto para grupos de trabalho internacional como nacional. É uma metodologia simples, embora exigente. Tem as suas raízes nas metodologias da Ação Católica,em Paulo Freire e na filosofia autogestionária e participativa sendo utilizada nomeadamente pelo CEDAL (Comité Europeu para o Desenvolvimento e Apoio à América Latina) com sede em Paris, nos estágios de formação de líderes sindicais latino americanos na Europa nos quais a BASE-FUT participou ,1976-1978 ,organizando os mesmos no nosso País.