O governo ontinua a divergir dos sindicatos no que respeita ao apoio aos portugueses num contexto de alta inflação que pode não ser transitória.A CGTP nas suas prioridades para 2023 afirma que «a situação exige o aumento geral dos salários, sem mais desculpas, sem delongas, rejeitando as condições que o capital a cada momento impõe para travar e não para aumentar salários.
É assim com a inflação, que na altura em que lançamos as nossas Prioridades para a Política Reivindicativa de 2023 se situa nos 9%, e em produtos essenciais com os combustíveis ou a alimentação ultrapassa em muito este valor. Isto num contexto de redução dos salários e pensões reais – que urge inverter –, o que demonstra que não é nos salários que reside o factor para a subida dos preços, nem será o seu aumento a provocar uma “espiral inflacionista”.»
Antes de insistir nas suas mais prementes reivindicações nomeadamente de um aumento de 90 euros para todos os trabalhadores e do salário mínimo para 800 euros a Central sindical lembra que «o aumento geral dos salários é uma emergência nacional. Os salários têm e podem aumentar de forma significativa, sendo fundamental debelar a ofensiva ideológica que o capital lança sobre os trabalhadores para inculcar a ideia da impossibilidade. Ouvir, esclarecer, mobilizar e lutar nas empresas e sectores com audácia e a certeza que a ruptura com o modelo dos baixos salários e precariedade se faz com actos concretos e que, entre esses actos, a luta pelo aumento dos salários é condição central.
Os dados do Banco de Portugal demonstram que o peso dos gastos totais com pessoal, no total dos rendimentos das empresas, possibilita um aumento significativo dos salários, tanto mais que parte dessa subida se vai converter em aumento do consumo e, assim, das vendas.»
A UGT, embora com menos força e pondo o coração no Acordo de rendimentos prometido, tem reivindicado igualmente o aumento geral de salários, nomeadamente da Função Pública.
Todavia, e mais uma vez, na entrevista que concedeu ontem á TVI o Primeiro Ministro apenas abordou os salários da Função Pública dando a entender que o referencial para os aumentos do próximo ano serão de 2%.Este tema , do aumento dos salários é cada vez menos referido no discurso governamental o que vai exigir uma forte resposta dos sindicatos,esclarecendo e mobilizando os trabalhadores até á greve geral como acontece na Bélgica e noutros países europeus.