EDIÇÕES BASE-Porquê e para quê?

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No quadro da preparação das Comemorações dos 50 anos da BASE-FUT,Fernando Abreu,fundador e primeiro Coordenador Nacional desta Organização trabalha a história e o papel das «Edições BASE» na sociedade portuguesa.

Neste sentido foi convidado a apresentar no passado mês de setembro, Universidade de Évora ,uma comunicação no Congresso Enleio que reuniu investigadores  e militantes sociais  para aprofundarem o papel e significado dos arquivos de movimentos sociais, bibliotecas populares , centros de documentação e aquivo.

O capítulo Intitulado FUNDAR UMA EDITORA-porquê e para que? Fernando Abreu escreve na referida comunicação, que será publicada em breve, o seguinte:

«Não obstante conhecer-se o elevado grau de analfabetismo existente no país e os reduzidos hábitos de leitura dos trabalhadores, para a decisão de fundar uma Editora contribuiu o crescente interesse pelas pequenas publicações do CCO e, de modo especial, os Cadernos de Cultura Operária, assim como a publicação do Manual da OIT –  “Negociações Colectivas” que o Comité de Liberdade Sindical daquela Organização traduziu para português, do qual fez entrar em Portugal 300 exemplares, que, para evitar a passagem pela Alfandega e a provável apreensão, foram transportados em “mala diplomática e entregues ao CCO para  distribuição gratuita por militantes com Intervenção Sindical, sobretudo entre aqueles que vinham desenvolvendo a sua acção de oposição ao sindicalismo corporativo e estatal. Na sequência do elevado interesse que este Manual despertou intensificou-se o contacto com alguns daqueles sindicalistas.

Face a tão positiva evolução, e tomada em consideração a necessidade de os livros terem linguagem e preços acessíveis, o Movimento BASE decidiu avançar com o projecto editorial.

Inicialmente, a opção seria a de criar uma Cooperativa Cultural – Editora, tendo, para tal, sido realizadas algumas reuniões para elaboração dos Estatutos, opção esta abandonada logo que foi tomado conhecimento de que o Governo de Marcelo se preparava (como veio a suceder) para publicar Legislação limitativa da actividade deste tipo de Cooperativas.

Em alternativa, foi tomada a decisão de utilizar o “furo” existente na Legislação Reguladora da Edição de Livros que não previa a sua sujeição a censura prévia e permitia a Edição sob a responsabilidade pessoal de Coordenadores e Tradutores, equiparados a Autores.

Adoptada esta modalidade, e na certeza da existência de militantes, dirigentes, apoiantes e amigos que assumiram a responsabilidade dos livros a publicar, foi lançada uma Campanha de Angariação de Fundos para criar o suporte financeiro da primeira edição, Campanha que, compreensivelmente, dadas as limitações económicas da maioria dos contactados se traduziu em razoável valor, mas insuficiente, ao exigido pelo Objectivo.»

 

 

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