«Do céu apenas cai chuva»-diz Arménio Carlos da CGTP

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Já Arménio Carlos terminava a sua intervenção no palco dos Restauradores e se cantava o histórico Hino da CGTP-IN e ainda saíam manifestantes do Marquês do Pombal.Tinham vindo do Norte e do Sul e alguns tiveram que percorrer centenas de quilómetros e perder um dia de salário.

A maioria esmagadora são trabalhadores e reformados pobres das autarquias, escolas e hospitais, bem como de alguns

sectores de empresas privatizadas ou fortemente castigados pela austeridade.Mas também se viu um bom grupo de professores, enfermeiros e polícias e até de funcionários judiciais,grupos estes que têm manifestado nos últimos tempos a sua insatisfação pela estagnação profissional e pela desvalorização salarial imposta pelo Estafdo austeritário e pelo capital.Quadros das classes medias, muito poucos, diga-se, em abono da verdade.

Contra a precariedade no trabalho foi um dos gritos mais ouvidos e cujo combate na Função pública parece interminável minado pela burocracia e pelas regras de Centeno.A recuperação dos rendimentos  lá vai fazendo o seu caminho às «pinguinhas» e para 28% dos trabalhadores portugueses o salário líquido não ultrapassa os 599 Euros.Sim, é verdade ,apesar de Portugal estar na zona euro, esse eldorado prometido nos finais do século passado!

Na cara destes trabalhadores está estampada a erosão dos anos e dos efeitos do trabalho sem condições sem esquecer a batalha dos transportes públicos degradados todas as manhãs.Nas roupas que vestem é visível a pobreza que afecta hoje uma larga fatia da populaçãp portuguesa.

Velhos reformados erguem com esforço e orgulho a bandeira da CGTP recordando os bons tempos da sua juventude em que gritaram «Viva o 25 de Abril» o «Povo jamais será vencido» e «fascismo nunca mais».Hoje as palavra de ordem são outras.«Contra o capital, contra a precariedade e pelo salário minimo de 650 euros.Apenas e tão só, dará para sobreviver?

Os manifestantes deixaram a capital já de noite.«A única coisa que cai do céu é a chuva, portanto a luta continua…» diz, pragmático, Arménio Carlos, secretário geral da CGTP, a encerrar o seu discurso acutilante e citando o poeta brasileiro Vinicius de Moraes.A mensagem é clara e não é apenas para aqueles trabalhadores que calcorrearam a Avenida da Liberdade num dia cinzento de novembro de 2018!

B.G.

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