Dirigentes da economia solidária debatem liderança

Na linha de outras iniciativas  a Rede Portuguesa de Economia Solidária debateu em Chãos ,Rio Maior, um tema raramente pensado no meio associativo-.as lideranças.Avelino Pinto, um dos animadores e organizadores, fez um primeiro apontamento sobre aquele evento.

«Foram colocadas questões incómodas no debate em Chãos de Alcoberta (Rio Maior), 16 de Março, aos dirigentes e participantes que querem garantir a sobrevivência e o futuro das organizações de economia solidária.

 

Como actuam os dirigentes da organização? São gestores, líderes, chefes?

Como é visto o seu desempenho por sócios, utentes, técnicos, doadores?

– O que fazemos nós, uns e outros, pela sua sobrevivência e pela seu futuro?

– Como vencer os anti-corpos e as falsas expectativas que se foram gerando?

 

Estas questões relacionam-se com outras, também relevantes – o dirigentes e a abertura da organização à sociedade; a ligação com outras organizações da área; a participação efectiva e o envolvimento dos sócios – centrais na sustentabilidade das organizações, antigas ou recentes, numa sociedade mutável que se transforma a toda a hora

HÁ QUE MUDAR O DESEMPENHO DO LÍDER (

Tivémos presentes as afirmações de Luciane Lucas (do CES, Universidade de Coimbra)

 

A liderança é uma armadilha

É preciso contar com a organização como um todo, respeitar os saberes, o ritmo da comunidade, os resultados a alcançar, as formas de contribuir sem ser pela palavra. Não se silencia a comunidade….cada um participa à sua maneira, sem se sentir embaraçado.

Quando não há rotatividade ou não se respeita a temporalidade e o ritmo da comunidade ou se permite e mantem no lugar por muito tempo as mesmas pessoas, há abandono

A liderança comunitária é aquela que

descobre e pratica formas das pessoas pensarem, sem pressa de agir desordenadamente, ouve o silêncio, valoriza os ritmos da comunidade. Não pensa só no que falta, mas no que já se tem, entende as diferentes maneiras de de pensar na comunidade, gera espaços de pertença, fabrica elos (olhos nos olhos), envolve as partes no bem comum.

 Este é o tempo de ir além das nossas certezas, de nos incomodarmos e empenharmos -dirigentes, líderes, sócios, trabalhadores – num processo de liderança colaborativa, desencadeadora de democracia efectiva e demonstrada no dia a dia.

Queremos ir mais adiante, como cidadãos colaborativos que partilham, dia a dia, o bem comum, pois …participar é…ver mais de perto, para chegar mais longe

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Avelino Pinto (Abril, 2019)

**Voltaremos, em breve, ao mesmo tema da economia solidária.

 

Junta-te à BASE-FUT!