Um documento de 1977 da BASE-FUT onde, de forma clara, se fala da autonomia do Movimento Sindical ,da reestruturação do mesmo e do direito de tendência, numa década onde estes temas eram temas candentes. Neste cinquentenário é oportuno retirar alguns documentos que fizeram história!

Os nossos militantes e a nossa Organização, quer no interior do Movimento Sindical- sindicatos e Central sindical. quer através de documentos públicos foram dos primeiros, senão os primeiros, a apontar aos trabalhadores portugueses a via da reestruturação do Movimento Sindical e a necessidade de ser superada, progressiva, mas seguramente a estrutura herdada do fascismo que, sempre o dissemos, não serve no presente e muito menos servirá no futuro a defesa dos interesses dos trabalhadores.

Tal estrutura não a recusamos somente por não ser obra dos trabalhadores, mas produto do corporativismo-fascista. Recusamo-la também por estar desadaptada das condições da vida económica moderna e das necessidades da luta anti-capitalista. Por isso, já antes do 25 de Abril, através de

publicações e em atividades do Centro de Cultura Operária denunciávamos essa estrutura «inventada» por Salazar para enfraquecer, dividir, despolitizar e controlar as organizações por ele criadas e às quais, por ironia, batizara com o nome de sindicatos. Sempre apontámos que, no pós-fascismo, os trabalhadores deveriam tomar a iniciativa de ultrapassar o critério profissional e distrital ao qual haviam sido com raríssimas exceções, forçadas e, em consequência do qual éramos e somos o País com mais sindicatos em todo o mundo.Ver