Congresso da BASE-FUT-trabalho digno e renovação do sindicalismo

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A pandemia do Covide 19 veio agravar as condições de trabalho e de vida da maioria dos trabalhadores de todo o mundo nomedamente no nosso país.A luta pelos direitos sociais e laborais está no centro da mobilização das organizações de trabalhadores nomeadamente da BASE-FUT.No  Plano Estratégico para 2030 , documento inspirador do XVIIº Congreso Nacional, a realizar em novembro próximo, podemos ler:

«continua a ser tão prioritária como sempre foi a promoção do trabalho digno, ou seja, com direitos não apenas garantidos na lei mas também na prática: direito a um salário justo, saúde e segurança no trabalho, estabilidade profissional, conciliação entre a vida profissional, a vida familiar e a participação cívica, direito ao repouso e ao lazer, direito a não ser humilhado no local de trabalho nem a ser despedido de forma arbitrária.

Objectivos estratégicos para o trabalho e sindicalismo

Todavia, a promoção do trabalho digno, sendo uma tarefa do Estado democrático, é também um dever fundamental das organizações de trabalhadores, nomeadamente dos sindicatos e de organizações como a BASE-FUT. A promoção do trabalho digno exige também organizações de trabalhadores fortes e autónomas e quadros/animadores preparados, ou seja, com formação no domínio laboral e sindical. Neste quadro a BASE-FUT define, como objetivos estratégicos e ações no domínio do trabalho e sindicalismo: a promoção do trabalho digno, da organização autónoma e da unidade dos trabalhadores.

No âmbito da promoção do trabalho digno, a BASE-FUT deve desenvolver ações com vista a:

a)Promover a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, dando particular enfoque ao combate ao stress laboral, ao assédio moral e ao burnout.

b)Contribuir para a divulgação de uma visão de que a vida dos trabalhadores não pode nem deve reduzir-se ao trabalho, devendo, pelo contrário, promover o equilíbrio e a conciliação entre a vida profissional, familiar e social. Neste aspeto, a BASE-FUT deve apoiar todos os esforços para redução do tempo de trabalho para todos os trabalhadores.

c) Contrariar a apropriação desequilibrada dos ganhos da atividade económica, que se traduz tanto no acentuar da disparidade na distribuição da riqueza entre capital e trabalho, como na criação e alargamento de um fosso entre uma minoria de trabalhadores qualificados e bem pagos e uma maioria de trabalhadores precarizados e mal pagos.

d) Promover a igualdade entre todos os trabalhadores e trabalhadoras e combater todas as formas de discriminação no acesso ao trabalho digno, em particular as que atingem as mulheres, as minorias étnicas, os imigrantes e as pessoas com deficiência.

Renovação do sindicalismo

 No que respeita à organização autónoma dos trabalhadores, a BASE-FUT considera que ela exige uma renovação profunda do sindicalismo, assente na revitalização da participação sindical dos trabalhadores e trabalhadoras nos locais de trabalho e no combate ao sectarismo sindical.

Assim, e atendendo aos défices profundos de formação sindical no nosso país, a BASE-FUT tem a responsabilidade de organizar com regularidade, por si própria ou em conjunto com outras organizações, ações de divulgação e de formação sobre os direitos dos trabalhadores, o funcionamento dos sindicatos, os processos de negociação coletiva e os resultados concretos da ação sindical.

Uma cultura sindical de autonomia

O terceiro objetivo específico nesta área é a promoção de uma cultura sindical de autonomia. Esta é uma condição fundamental para que se construa uma verdadeira unidade das classes trabalhadoras. Neste sentido, a BASE-FUT deve criar grupos da CAT-Comissão para os Assuntos dos Trabalhadores nas regiões onde existem militantes da BASE-FUT, tendo em vista uma maior participação destes nos sindicatos independentes, na CGTP e na UGT.

A nossa histórica participação na CGTP não é contraditória com a necessidade de uma maior autonomia de ação e pensamento dos militantes da BASE-FUT. Antes pelo contrário, uma participação de qualidade na CGTP, como na UGT e nos sindicatos independentes, exige um pensamento autónomo dos nossos militantes, com posições próprias que podem ou não coincidir com as dos militantes das outras correntes.

 

 

Junta-te à BASE-FUT!