João Lourenço*
Estamos a aproximar-nos do 50º. Aniversário da fundação da Intersindical CGTP-IN.
A 1 de Outubro de 1970 reuniram-se quatro direções de quatro sindicatos, independentes do regime , lutando contra o fascismo e o patronato e quiseram ,em unidade, ganhar força e alargar a sua influência para envolver outros sindicatos de todo o país para que estes se libertassemm das amarras do corporativismo e da Pide. Foram estes os iniciadores da central sindical de nome Intersindical mais tarde CGTP-IN. (Caixeiros, Lanifícios, Metalúrgico e Bancários).
A luta desenvolveu-se porque a situação social era degradante para quem trabalhava em qualquer dos sectores sócio profissionais,bem como pela falta de liberdade e do medo em que se vivia praticamente sem direitos sociais e muito menos do trabalho.
Foi com coragem que se partiu para a luta no terreno contra a exploração capitalista, contra as injustiças de toda a ordem, principalmente as de âmbito social, para contribuir para o fim da guerra colonial e da emigração forçada por falta de condições no nosso país. Noutra frente era então necessário combater com mais eficiência a pobreza e acabar com a prepotência do patronato.
Homenagear os 50 anos da CGTP-IN é valorizar as muitas lutas e o reafirmar do sindicalismo como uma causa fundamental para a construção de uma sociedade democrática, justa e mais solidária onde o trabalhador não seja peça descartável, mas sim parte da sociedade participada, devidamente reconhecida com a dignidade que merece pelo fruto do seu trabalho e o contributo insubstituível que dá para o progresso de todos e do próprio país.
Não é preciso lembrar as manifestações, concentrações realizadas por todo o país incluindo as distantes ilhas da Madeira e Açores. As propostas resolutivas e as reivindicações frequentemente apontadas em vários fóruns e negociações são depois amplamente destacadas durante as comemorações do 1º. De Maio, são um marco que ninguém pode apagar.
Na revolução do 25 de Abril de 1974, e logo após a libertação os trabalhadores foram mobilizados pela 1ª vez numa manifestação com grande expressão da Intersindical CGTP-IN, e aberta a todos partidos e personalidades no estádio 1º. Desse Maio até hoje nasceu uma experiência organizativa de grande impacto histórico pela sua amplitude e pela unidade e luta democrática abrangendo todos os trabalhadores e democratas portugueses.
A história sindical é muito rica, em todo o lado se sente a sua presença e está muito ligada á CGTP-IN, que está onde for necessário o apoio aos trabalhadores, na luta e na solidariedade, greves simples e greves gerais, concentrações, manifestações apoio á porta das empresas e nos processos litigiosos Aí estão junto dos trabalhadores os seus delegados e os dirigentes sindicais, numa luta contínua e fomentando a unidade.
A presença na luta fica bem marcada, não é possível destacar lutas como principais, mas sim são todas muito importantes para a CGTP-IN. Não se faz qualquerr distinção, não há sectores especiais nem mais importantes, ou empresas grandes ou pequenas, todas têm o mesmo valor. Sendo lutas justas com os objetivos propostos e metas a atingir, depois de aprovados em assembleias gerais de trabalhadores ou em plenários sindicais e nos congressos, são as mais importantes causas a ser defendidas.
Os Desafios do Futuro
Os sindicatos têm pela frente grandes questões que urgem ser resolvidas, são amplas as responsabilidades que lhes cabem, têm que vencer as adversidades e levar os grandes temas sociais para a agenda política.
A inovação social está amplamente ligada ás responsabilidades que temos de tomar e responder com a devida eficiência para com o ambiente e a natureza e a biodiversidade, a formação e o ensino a habitação e a saúde, os transportes e o aquecimento global, a proteção ambiental, o combate á poluição e a defesa do consumidor.
Na esfera do trabalho valorizar os empregos, lutar pela dignidade do trabalhador, melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e dos trabalhadores. É preciso mais formação dos trabalhadores, dar lugar aos jovens e combater a precariedade e os baixos salários, acabar com os despedimentos prepotentes, lutar por melhores condições de trabalho. Para estes objetivos mínimos a atingir contamos sempre com a CGTP-IN, em primeiro lugar.
*Dirigente da BASE-FUT;foi membro da CT da Lisnave e da Comissão Executiva da CGTP