Mais de metade (55%) do emprego criado entre 2016 e 2018 tem vínculos precários, segundo os dados do Fundo de Compensação do Trabalho. Falamos de 31% do total de trabalhadores. Entre os jovens a precariedade atinge 41,5% dos menores de 35 anos e, entre estes, são as mulheres as mais afectadas, sendo a taxa de incidência das jovens trabalhadoras com menos de 25 anos de 66%.
Nas empresas de trabalho temporário a precariedade atinge a quase totalidade dos trabalhadores, os salários são baixos, mas a facturação cresceu mais de 50% desde 2013.
A precariedade é ainda a primeira causa de desemprego. E é responsável pela instabilidade e a insegurança na organização da vida pessoal e familiar e o empobrecimento dos trabalhadores.
Não somos descartáveis!
Muito do emprego criado é também mal pago. No primeiro semestre de 2015 dos novos postos de trabalho criados cerca de 32% tinha o salário mínimo, valor que sobe para 40% no primeiro semestre de 2018. O aumento do salário mínimo, insuficiente como a CGTP-IN tem afirmado, não tem sido acompanhado pelo aumento dos restantes salários, mantendo-se ainda o bloqueio da contratação colectiva e a não actualização dos salários da esmagadora maioria dos trabalhadores da Administração Pública.
Para um trabalhador com vínculo precário a realidade é clara, os salários são entre 20% a 40% mais baixos que um trabalhador com vínculo efectivo na mesma empresa. É preciso dizer basta!
Vamos à luta pela estabilidade do emprego e pelo aumento real dos salários!
Os jovens trabalhadores têm direito ao trabalho seguro e a um salário digno para viverem e trabalharem em Portugal.
Estas são, entre outras, as razões que justificam a participação dos jovens trabalhadores na manifestação que a CGTP-IN convoca para dia 28 de Março, às 15 horas no Rossio/Rua do Carmo para a Assembleia da República com o lema: “Não somos descartáveis! Temos direito, queremos estabilidade!” que assinala o Dia Nacional da Juventude.