«Os resultados das eleições para o Parlamento Europeu exprimem de alguma maneira a situação em que se encontram os cidadãos europeus neste contexto mundial. A insegurança e revolta quanto ao presente e o medo quanto ao futuro levaram muitos eleitores a votar nas forças da extrema-direita.»-diz a Comissão Política Nacional da BASE-FUT em comunicado que publicamos na íntegra.
«Todavia, o crescimento dessas forças não foi tão substancial quanto alguns esperavam sendo relevante que as forças democráticas e progressistas continuam em maioria no Parlamento Europeu.
A BASE-FUT lamenta, antes de mais, a larga abstenção verificada em Portugal e em vários outros países da UE. Confirma a ideia de que é necessária uma maior participação dos cidadãos europeus nas decisões que afetam todos os povos, impedindo dessa maneira o afastamento entre as instituições comunitárias e aqueles cidadãos.
A BASE-FUT considera ainda que o crescimento das forças de extrema-direita e o seu projeto autoritário de divisão e intolerância poderão aumentar se não encontrarmos soluções democráticas, sociais e de paz para a Europa.
Soluções que passam por uma negociação justa para a Ucrânia, travando a escalada bélica em curso e a corrida ao armamento. Com a guerra ganham poucos, enquanto com a paz ganhamos todos!
Soluções que passam por uma política justa e solidária de imigração que integre e proteja os trabalhadores imigrantes e os refugiados!
Soluções que passam pela real valorização dos trabalhadores e do trabalho face ao capital, com políticas salariais justas e pensões dignas, combatendo o «dumping» social e fiscal no seio da UE.
Soluções que passam por um desenvolvimento económico amigo do ambiente, capaz de garantir a sustentabilidade e o futuro da nossa «Casa Comum».
Soluções que passam pela revitalização dos sistemas democráticos de cada país e pelo aprofundamento da participação cidadã, nomeadamente reforçando e apoiando o diálogo social europeu, as organizações de trabalhadores e o tecido associativo em geral.
A BASE-FUT apela assim a todos os militantes, amigos e cidadãos em geral para se mobilizarem pelas causas da cidadania, pela defesa da democracia e da justiça social. Não abandonemos os sindicatos e outras organizações de trabalhadores, as associações de moradores, as cooperativas, as instituições de solidariedade, as organizações de defesa do ambiente, os clubes desportivos, recreativos e culturais. Estas instituições são as células da democracia social, económica e cultural. É a vitalidade da rede associativa de base, promovida por uma miríade de cidadãos e cidadãs comprometidas, que é a maior garantia do futuro da democracia participativa e do futuro de Portugal, bem como de um projeto europeu solidário!»
Lisboa, 15 de junho de 2024