Bancos com grandes lucros e crianças pobres com privações!

com Sem comentários

 

Em 2024, os cinco maiores bancos a operar em Portugal (CGD,BCP,NOVO BANCO,SANTANDER e BPI) aumentaram os seus lucros em 12,2% face a 2023, quase os duplicando se a comparação for feita com 2022 e tiveram um aumento de 248% se a base de comparação for 2021.

Por dia, em termos líquidos, ou seja, limpos de impostos, estas cinco instituições acumularam 13,9 milhões de euros, um aumento diário de 9,9 milhões de euros comparado com o ano de 2021.

Na base destes resultados estão, entre outros factores, a política de fixação de juros do BCE e as comissões cobradas por estes bancos. Assim, ao mesmo tempo que diversos indicadores apontam para as crescentes dificuldades dos trabalhadores e das suas famílias acederem ou cobrirem os encargos com a habitação, os bancos e os seus accionistas, acumulam mais e mais milhões de euros em lucros.

Os resultados agora apresentados não podem ser dissociados do indicador que a OCDE divulgou e que combina, precisamente, o aumento dos encargos com a habitação e a evolução dos salários. Portugal, entre os países para os quais existem dados, ocupa o primeiro lugar do índice de acessibilidade habitacional, que mede a relação entre a evolução dos preços das casas e a evolução dos rendimentos, ou seja, é no nosso país que é mais difícil fazer face aos aumentos dos custos e encargos com a habitação.

Aos lucros da banca, podemos ainda juntar os 5,1 milhões de euros líquidos que a EDP e a GALP acumularam por dia em 2024, ou os 1,8 milhões de euros da SEMAPA, NAVIGATOR e CORTICEIRA AMORIM.

O dinheiro que se diz não existir para aumentar salários, a economia que se afirma não sustentar as reivindicações dos trabalhadores de um aumento geral e significativo de todos os salários, em pelo menos 15% e nunca inferior a 150€, sobra para garantir estes lucros colossais que traduzem um nível de acumulação e concentração da riqueza que é económica e socialmente insustentável.

É sintomático, ainda, que no dia em que os resultados dos cinco maiores bancos é conhecido (com a divulgação de resultados do NOVO BANCO), o INE divulga os dados sobre “Privação Material das Crianças”.

Em 2024, comparando com 2021, aumentou o número de crianças que pertenciam a agregados familiares em privação material e social. Entre outros indicadores divulgados, sobressai o dado que indica que uma em cada cinco crianças não tem a possibilidade de passar férias, fora de casa, pelo menos uma semana por ano.

Um contraste gritante, num país que está como nunca para o grande capital, mas que falha em garantir os mínimos a um número crescente de crianças no nosso país.

A CGTP-IN exige uma ruptura com esta política geradora de desigualdades, alicerçada na exploração, subordinada aos interesses dos que mais têm e exorta todos os trabalhadores a participar na Semana pela Igualdade, entre 5 e 12 de Março, na Manifestação Nacional da Juventude Trabalhadora, a 28 de Março e, no dia 5 de Abril, na Jornada de Luta Nacional, com manifestações em Lisboa, Coimbra e Porto.

Fonte: CGTP e INE

Junta-te à BASE-FUT!