“De armazéns a hospitais, passando por entregadores a domicílio e laboratórios de dados, os trabalhadores estão sendo mais pressionados do que nunca. A implantação de novas tecnologias deve respeitar as regras que regem qualquer mudança no local de trabalho: os trabalhadores têm o direito de serem consultados e incluídos no processo. Esse direito básico e democrático no ambiente de trabalho garantirá que o uso da IA seja projetado com a segurança, a justiça e a dignidade como princípios fundamentais. Os trabalhadores e seus sindicatos devem ter voz e voto, em benefício de todos.”

A introdução de novas tecnologias como a inteligência artificial, sem a devida consulta aos trabalhadores e seus sindicatos, já está causando sérios problemas em todo o mundo:

• Nas Filipinas, Jasper Dalman, um entregador de 19 anos, faleceu enquanto trabalhava para a Foodpanda. Seu sindicato, RIDERS-SENTRO, conquistou direitos relacionados a seguros e reconhecimento após sua morte expor as consequências fatais da exploração algorítmica, que impõe metas de produtividade impossíveis.

• Na Turquia, moderadores de conteúdo do TikTok contratados pela Telus foram demitidos após se organizarem para protestar contra as cargas de trabalho desumanas, gerenciadas por IA, e contra os conteúdos traumatizantes que eram obrigados a moderar.

• Nos Estados Unidos, enfermeiros que trabalham por meio de plataformas têm que lidar com aplicativos de gestão de turnos controlados por IA, que burlam proteções trabalhistas e criam condições perigosas tanto para os profissionais quanto para seus pacientes.

A CSI (Confederação Sindical Internacional) exige:

• A plena participação dos sindicatos no desenho e na implementação da IA nos locais de trabalho.

• Uma tecnologia transparente e centrada nas pessoas, que respeite os direitos e a segurança.

• Uma Convenção vinculativa da OIT sobre trabalho em plataformas, para proteger todos os trabalhadores do setor da economia digital.

Neste 28 de abril, lembramos os que faleceram e lutamos pelos que vivem. A tecnologia deve trabalhar para nós, não contra nós.

O novo relatório da CSI, “Inteligência artificial e digitalização: Uma questão de vida ou morte para os trabalhadores” (em inglês), identifica os danos físicos e psicossociais no trabalho quando essas tecnologias são introduzidas sem consultar os trabalhadores.