Região Norte da BASE-FUT promoveu convívio do 50ºAniversário

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A Região Norte da BASE-FUT realizou no passado dia 28 de setembro um encontro convívio no âmbito da celebração dos 50 anos da Organização. Estiveram presentes militantes e/ ou amigos de longa data que participaram no encontro constitutivo da organização e novos amigos mais jovens que têm participado em algumas das atividades da BASE-FUT, como encontros regionais e / ou seminários internacionais de formação de âmbito europeu.

Iniciou-se com uma introdução evocativa de alguns dos momentos altos da Organização, nomeadamente a 1ª Conferência pelo Socialismo Autogestionário, realizada em Maio de 1979.

Não sem emoção pudemos afixar na nossa sede um mural que um amigo da organização, Mário Poças, pintara para a Conferência, baseado no quadro de Pellizza , “Il Quarto Stato”.

A Conferência fora longamente preparada com trabalhadores de vários sectores, a partir das realidades por eles vividas no período pós revolucionário. A metodologia própria à organização oriunda da JOC e da LOC, o método do VER, JULGAR e AGIR, que de certo modo marcou a preparação da Conferência, foi lembrada aos mais novos como uma pedagogia ainda muito querida à BASE-FUT, como metodologia necessária para compreender a sociedade em que vivemos VENDO e AGINDO mas construindo a nossa ação fundamentada em informação fidedigna, na análise, observação e confrontação de ideias, o que nos exige empenhamento pessoal e colectivo, e não nos deixarmos influenciar apenas pelas “opiniões”  de comentadores e/ou da lei do mais hábil na utilização das redes sociais.

A ideia era fazer deste encontro também um momento “porta aberta” em que os mais novos pudessem folhear as inúmeras publicações da BASE-FUT, quase todas de uma actualidade extraordinária, umas quanto à metodologia de formação, todas pelo interesse histórico que revestem, e poder questionar livremente os mais antigos, mas também escutarmos dos mais novos as suas questões relativamente ao presente e ao futuro e as suas expectativas e preocupações …

Curiosamente, foram sendo levantadas muitas questões que merecem ser registadas para reflexão futura, dado que o formato do encontro não era o adequado a desenvolvermos tantas questões…

– Sobre o sindicalismo actual: fará sentido a proliferação de sindicatos, alguns argumentando a falta de democracia ou o corporativismo no interior de certos sindicatos. É mais importante “salvar a organização” ou ir ao encontro dos trabalhadores e fomentar a sua participação na elaboração de lutas e reivindicações? Como trazer novos sectores “atomizados” , como os “uber”, “call Center”, a tendência do teletrabalho generalizado, para o diálogo colectivo sobre  as suas condições de trabalho (ex: sindicatos), o papel da contratação colectiva, as condições de saúde e segurança no trabalho… Será a greve nas atuais condições de proliferação de sindicatos, a melhor forma de luta, complicando a vida dos trabalhadores sem trazer prejuízo às entidades patronais (ex. transportes com passes comprados e escolas)… Não está também a extrema-direita a infiltrar sindicatos, fomentando – sem o assumir – novos sindicatos? Claro que são questões também elas “questionáveis” mas que, como toda a questão merece ser analisada e compreendida para tentar construir as soluções mais acertadas.

Para nós é claro que a BASE-FUT sempre foi e continua a ser defensora da autonomia sindical face a partidos ou confissões religiosas ou quaisquer outros interesses alheios aos trabalhadores e que a Unidade na acção deve ser uma preocupação constante…

A questão dos idosos, creches e serviços sociais também esteve presente. Pode o estado remeter para as câmaras e juntas de freguesia todas as responsabilidades sem assegurar os meios necessários? Podem remeter para as populações ou associações carentes desses serviços um esforço financeiro para construir essas iniciativas remetendo para programas que exigem meios próprios à partida incomportáveis? Enquanto cidadãos que tipo de estruturas e de apoios gostaríamos de ver implantados?

A velha questão da habitação onde o número de questões seriam infindáveis…

As medidas sobre imigração…

E foi ainda lembrado o empenho da Região Norte em dar continuidade, a breve trecho,  ao encontro de formação para jovens líderes associativos…

Concluímos que movimentos como a BASE-FUT continuam a ser de uma importância extraordinária mas têm o desafio pela frente que é o do rejuvenescimento e o da motivação dos jovens. Ficou o desafio a que se constituísse um ou dois pequenos grupos de trabalho sobre um tema em que cada um se sinta mais implicado. Dos presentes havia claramente uma disponibilidade para as questões sindicais (formação) e para a questão do envelhecimento (ou mais genericamente as questões sociais).

Ficaram lançados estes desafios, assim como o convite à participação no encontro nacional que terá lugar a 16 de novembro em Pombal.

E terminamos o encontro com o convívio e lanche partilhado em que o diálogo continuou de maneira informal.

Síntese de Manuela Guimarães,

Coordenadora Regional da BASE-FUT

 

Junta-te à BASE-FUT!