Uma diretiva para acabar com o stress no trabalho deve ser uma prioridade para a próxima Comissão Europeia se esta quiser realmente melhorar a saúde mental na Europa.
A Confederação Europeia de Sindicatos (CES) apela à legislação sobre os riscos psicossociais no local de trabalho por ocasião da Semana Europeia da Saúde Mental.
A epidemia de stress e de esgotamento profissional na Europa está a agravar-se devido à combinação de um trabalho mal organizado, sobrecarga de trabalho, expectativa de uma cultura de disponibilidade permanente, insegurança no trabalho, novas práticas de vigilância pelos empregadores e práticas de trabalho sob alta pressão.
O Parlamento Europeu pediu à Comissão que apresentasse uma legislação sobre os riscos psicossociais durante a última legislatura. A CES pede uma diretiva sobre os riscos psicossociais, bem como progressos rápidos no processo legislativo em curso para uma diretiva sobre o teletrabalho e o direito à desconexão.
Mas ainda não existe uma legislação europeia dedicada aos riscos psicossociais, apesar de:
- A pressão temporal ou a sobrecarga de trabalho ter subido de 19,5% para 46% entre 2020 e 2022.
- 44% dos trabalhadores concordarem ou concordarem totalmente que sofrem mais stress relacionado com o trabalho devido à pandemia de gripe aviária, segundo o barómetro EU-OSHA.
- Mais de 40% dos casos de depressão na UE e no Reino Unido serem atribuídos a fatores psicossociais relacionados com o trabalho.
- As pessoas que trabalham regularmente em casa serem seis vezes mais propensas a trabalhar durante o seu tempo livre e duas vezes mais propensas a trabalhar 48 horas.
- Menos de 40% das empresas terem planos de ação para prevenir os riscos psicossociais no trabalho na União Europeia.
- A economia europeia perder 620 mil milhões de euros por ano apenas devido à depressão relacionada com o trabalho
Fonte:CES