Dezenas de sindicalistas,ex-dirigentes da CGTP,enviaram uma carta ao secretário geral desta Central Sindical alertando para a situação no interior da mesma, onde consideram que existe um maior fechamento e falta de diálogo que já vem dos tempos da Isabel Camarinha e se tem acentuado nos últimos tempos.
Em consequência os sindicalistas socialistas não participam nos órgãos de direção da central Sindical e os bloquistas foram sistemáticamente impedidos de participar na Comissão Executiva.Eis as propostas dos ex-dirigentes que enviaram a carta com os alertas:
«…Recuperar a autonomia, respeitando o lugar dos partidos e recusando o domínio sectário e organizado de um partido sobre a orientação, direção e funcionamento da CGTP, que conflitua com a diversidade de convicções políticas dos trabalhadores e os afasta do sindicalismo;
- Recuperar o caráter unitário efetivo da CGTP-IN, fiel às origens históricas, e adotar uma política real de unidade na ação com outras organizações sindicais, de trabalhadores e movimentos sociais, no respeito pelas distintas identidades;
- Adotar uma democracia inclusiva, com debate efetivo, onde a voz e sensibilidade de todos conte, e promover a real participação, prestação de contas, transparência e real circulação de informação para construir as orientações e ação da central, rejeitando o funcionamento centralista da CGTP,
- Desenvolver um debate amplo e participado, promover a análise concreta da realidade e responder às mudanças profundas e novos desafios do mundo do trabalho, sem o habitual discurso triunfalista que ignora fragilidades e erros próprios, investindo na análise autocrítica dos erros, fraquezas e insuficiências próprios.
Os princípios da CGTP, a sua matriz original tem de ser recuperada. É preciso democracia interna, controlo democrático e participação sem discriminação! É preciso transparência! É urgente o fim do centralismo autoritário e sectário da atual maioria! É preciso autonomia e independência! É preciso unidade a sério! É urgente que todos os que querem um sindicalismo de classe, democrático, autónomo e solidário tenham lugar e se sintam bem na CGTP!»
A dúvida, porém, está se estas ações,em geral tornadas públicas,não ajudam ainda mais ao fechamento da CGTP, anulando o debate necessário e o estabelecimento da confiança mútua!