Ao encerrar ontem, 28 de junho, o Dia Nacional de Luta Isabel Camarinha,secretária geral da CGTP fez a sua intervenção político-sindical na qual salienta as principais reivindicações da Central Sindical com relevo para a necessidade de aumentar os salários em Portugal!
No mesmo dia o BCE insistia no aumento da taxa de juros e salários baixos para combater a inflação que empobrece quem trabalha.
«Cinquenta anos depois da Revolução de Abril, cinquenta anos de resistência aos que querem fazer a roda da história andar para trás, aí estão eles, patronato, governo, direita e extrema direita ao serviço do patronato, a tentar fazer o ajuste de contas com Abril, com as suas conquistas e com o projecto de progresso e desenvolvimento que brotou da Revolução.
À destruição da produção nacional, contrapomos com a necessidade de pôr o país a produzir, de afirmar a soberania, de apostar no desenvolvimento.
À opção pela compressão do investimento público para atingir as metas que da União Europeia nos impõem, cá estamos, para exigir mais e melhor investimento, no SNS, na Escola pública, na protecção social, na justiça, no poder local, nas forças de segurança, na cultura, na habitação.
À entrega ao negócio privado das empresas e sectores estratégicos ao nosso desenvolvimento, hoje dominados pelo capital estrangeiro, a CGTP-IN reivindica a recuperação para a esfera pública destes que são instrumentos essenciais ao desenvolvimento. Exigimos a reversão das empresas e sectores privatizados e
exigimos que se travem as novas privatizações em curso, seja na TAP ou na EFACEC, porque aquilo que tem de estar ao serviço do bem-estar de todos, não pode continuar refém dos lucros e dividendos de alguns.
É contra os grandes interesses desta minoria que temos de lutar.
Só a luta os tem travado, e tem permitido avanços. A intensa luta que tem sido desenvolvida e que vai continuar dá resultados, seja ao nível dos aumentos dos salários, seja na resposta a reivindicações, seja conseguindo aumentos intercalares. Exemplos destes avanços são as greves marcadas para hoje na Pemel ou, entre outras, nas Tintas Barbot, que foram desmarcadas porque, com a luta, os trabalhadores tiveram resposta às suas reivindicações.
É mesmo preciso continuar e intensificar a luta, é mesmo preciso mudar de rumo, forçar a outra política, porque há alternativa que garante uma melhor distribuição da riqueza e a defesa e conquista dos direitos:
Uma política alternativa alicerçada no aumento geral e significativo dos salários e das pensões e na valorização das carreiras e profissões.
Na diminuição do tempo de trabalho, fixando o máximo nas 35 horas para todos os trabalhadores, em todos os sectores.
Uma política que dê combate à desregulação dos horários, que ponha termo à precariedade, que assegure a contratação colectiva.
Uma política de defesa e melhoria dos serviços públicos na saúde, na educação, na protecção social e que garanta o direito à habitação.
Continuar a luta é fundamental. Mesmo nos meses de Verão, a luta vai continuar nas empresas e nos serviços.
Luta que no dia 16 de Setembro vai mais uma vez sair à rua em defesa do Serviço Nacional de Saúde Público, Universal e Gratuito.
Luta, porque é urgente encontrar respostas aos nossos problemas e pôr termo à degradação das condições de trabalho e de vida.
Luta, com a confiança que não só é necessário, como é possível contruir um país com futuro, de progresso e justiça social, para todos os que cá vivem e trabalham.»