Pelo documento apresentado ontem pelo Governo aos Parceiros Sociais sobre o Acordo de Rendimentos e Competitividade tudo indica que ainda falta muita pedra para partir.Um documento vago, sem compromissos e quantificação dizem os parceiros.Será ?Ou já existem compromissos com alguns mas não são conhecidos?Agora nas reuniões bilaterais é que se irão fazer os reais compromissos?
O documento é, de facto, muito pobre e suscinto.Pode ser mau ou bom.Para negociar não convém apresentar documentos fechados, com muitas análises e enqadramenteos políticos.Mas, dada a situação nacional e internacional e a época do ano, a poucos dias do orçamento para 2023, conviria que o Governo apresentasse muito claramente as suas propostas.
Convém, no entanto, salientar as propostas salariais apresentadas no documento que tem como meta o aumento dos salários nominais médios de 4,8% para se convergir com a média da União Europeia.Como seria de esperar os patrões mostram-se reticentes argumentando com o momento de incerteza que se vive.
O peso dos salários na economia deve crescer para mais de 48% o que seria a maior subida desde a crise da Troica.Todavia,estas contas não estão a contar com a elevada inflação que está a corroer os salários dos trabalhadores há muitos meses e que pode continuar em alta.Por outro lado, estamos a falar do sector privado porque o Estado quer uma coisa para aquele e outra para os seus trabalhadores!