Na madrugada de hoje, o exército russo invadiu a Ucrânia. A invasão foi acompanhada por uma declaração do Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, que reduziu o que é um inqualificável ato de guerra à condição de “operação militar especial”, estabelecendo também a desmilitarização e a “desnazificação” da Ucrânia como os seus objetivos.
Esta invasão é o culminar de um conflito que lavra desde 2014 e que nunca foi resolvido. É também um lembrete dos efeitos nefastos de uma ordem internacional em que os estados mais poderosos – como a Rússia e os Estados Unidos da América – continuam a arrogar-se o direito de definir “esferas de influência” e de interferir com as escolhas dos povos que são por elas abrangidas.
Quaisquer que sejam a origem e a validade das queixas russas, o uso unilateral da força militar e os argumentos apresentados pelo Presidente Putin para a justificar são completamente inaceitáveis e merecem a nossa mais viva condenação e repúdio.
A BASE-FUT apela assim ao governo da Federação Russa para que cesse imediatamente as hostilidades contra a Ucrânia, retire as suas tropas do território ucraniano e encete negociações com o governo ucraniano com vista à resolução, pela via diplomática, do conflito que opõe os dois países.
E, acima de tudo, expressa a sua mais profunda solidariedade para com o povo e os trabalhadores ucranianos – que, como sempre nestas situações, são as principais vítimas da devastação provocada pela guerra.
Lisboa, 24 de fevereiro de 2002
A Comissão Política Nacional da BASE-FUT