A UGT enviou no passado dia 22 de julho uma carta dura ao Primeiro Ministro mostrando a sua insatisfação com o governo em geral, e com alguns ministros especial, que não dialogam com os sindicatos e não valorizam a negociação colectiva e a concertação social.Seis dias passados, a 28 do mesmo mês, a mesma UGT assina zelosamente um acordo com o governo e as confederações patronais, desperdiçando assim um momento importante para fazer valer a sua posição.
Na carta os sindicatos da UGT mostram igualmente um grande descontentamento com os banqueiros que preparam de forma concertada um dos maiores despedimentos do século.Esta situação já originou uma greve no sector e diversas manifestações de descontentamento.
Todavia, é na própria Administração Pública que a UGT tem mais razões de queixa pois os membros do governo , em particular da saúde e educação fazem de conta que ouvem os sindicatos mas não ouvem verdadeiramente.Mais uma razão para esta Central Sindical ter aproveitado o memento da assinatura do acordo sobre a formação e qualificação para fazer força com o governo.
Outro ponto de forte fricção da UGT com o governo é a desvalorização da Concertação Social fazendo aprovar legislação laboral na Assembleia da República sem que tenha sido concertada naquela Comissão.Neste ponto a UGT converge com as associações patronais que também lamentam o mesmo facto, ou seja ,não querem compromissos á esquerda no parlamento em matéria laboral.
Curiosamente a UGT também se lamenta de que o Acordo de 2018 sobre precarização laboral não está a ser cumprido.Mais uma razão para agora não ir logo a correr a assinar outro acordo com o governo.
Bem no fundo a UGT tem quase as mesmas razões de queixa da CGTP e até ameaça entrar em greves conjuntas com esta Central Sindical se o comportamento do governo não mudar.Mas então em que ficamos?Criticamos severamente as práticas do governo e depois vamos dar-lhe de mão beijada mais um acordo? Ver carta