Após novas jornadas de mobilização na semana passada, o Primeiro Ministro Edouard Philippe anunciou um primeiro recuo no sábado 11 de janeiro numa carta enviada às organizações sindicais e patronais. O Primeiro Ministro mostrou-se disposto a abdicar da medida da “idade pivot”, fixada em 64 anos no projeto de lei do governo para preservar o equilíbrio do sistema de pensões. No entanto, Edouard Philippe remeteu para os sindicatos e as organizações patronais a negociação até abril e encontrarem soluções para o financiamento do regime com margem de manobra muito reduzida: o Primeiro Ministro rejeitou não apenas o aumento das quotizações patronais. mas sobretudo, manteve o projeto de um sistema baseado em pontos e numa aproximação por baixo dos diversos regimes de pensões.
A estratégia do governo passa pela tentativa de “desligar” do movimento intersindical as confederações mais reformistas, principalmente a Confédération française démocratique du travail (CFDT). Procura assim destruir a unidade do movimento dos trabalhadores até aqui demonstrada e dividir as confederações com orientações diferentes. Mas o movimento de contestação manteve-se hoje com uma forte jornada de greve dos advogados para salvaguardarem o seu regime especial de aposentação. Os trabalhadores mobilizados não pretendem negociar alterações ao projeto do governo. Lutam pelo abandono desse projeto que altera profundamente o sistema francês, esquecendo a justiça social e a solidariedade. Este primeiro recuo do governo deve fortalecer a luta dos trabalhadores para travar este projeto.