Após uma primeira greve no setor dos transportes em setembro, a oposição ao projeto de reforma do sistema de Previdência de Emmanuel Macron saiu novamente à rua hoje, dia 5 de dezembro. Deste vez foi uma greve com grande adesão nos setores do ensino, dos transportes e da Função Pública com manifestações que reuniram 1 500 000 pessoas (250 000 em Paris)de acordo com a CGT, o principal sindicato francês e 806 000 manifestantes (65 000 em Paris) de acordo com o Ministério do Assuntos Internos. A greve mantém para o dia 6 de dezembro e o momento prolongado é uma forte hipotese.
Os manifestantes acusam o Presidente Macron e o Governo de Edouard Philippe de projetar a destruição do sistema de Segurança Social construído em França após a Segunda Guerra Mundial. Assente na solidariedade e num seguro coletivo, o sistema de aposentação francês prevê hoje o acesso legal à reforma a partir de 62 anos e 67 anos sem corte. Existem mais de 40 caixas de aposentação que tomam em conta a diversidade das situações laborais e das carreiras contributivas dos trabalhadores. Com o argumento de querer simplificar este sistema e garantir a igualdade entre os trabalhadores, Macron procura destruir este sistema de repartição por solidariedade numa orientação individualista e neoliberal. Já enfraquecido com os protestos dos “coletes amarelos em 2018 e 2019, o Presidente Macron vai enfrentar em 2020 a grande mobilização dos trabalhadores para defender o sistema de aposentação.