Ocorreu na última sexta-feira 13 de setembro o primeiro protesto contra o projeto de Emmanuel Macron de reforma global do sistema de aposentação francês. Os trabalhadores da Régie autonome des transports parisienses (RATP), a empresa pública que gere as linhas de metro, autocarros, elétricos e comboios regionais de Paris marcaram um dia de greve que foi amplamente seguido. Numa das maiores greves do setor nos últimos 10 anos, os transportes parisienses foram muito afectados com o fecho de 10 das 14 linhas de metro.
As próximas semanas serão marcadas pelos debates do projeto do governo para a reforma do sistema francês de aposentação. Apresentado pelo Alto-Comissário para as Reformas, Jean-Paul Delevoye, o projeto prevê um aumento generalizado da idade da reforma. O novo Alto-Comissário anunciou também o fim dos regimes especiais de aposentação que integram os funcionários da RATP. Estes trabalhadores têm o direito de aposentar-se mais cedo (56 anos em média face aos 63 do regime geral de aposentações) como parte integrante da sua carreira.
A greve na RATP promete ser um primeiro passo para a contestação geral do projeto do governo. Os trabalhadores dos transportes parisienses defendem que o regime especial de aposentação é uma contrapartida aos salários baixos ao longo da carreira, trabalho por turnos e com um grande desgaste físico. A último greve massiva no setor ocorreu em 2007 quando Nicolas Sarkozy tentou uma reforma similar dos regimes especiais.
Prevê-se um mês de setembro particularmente quente no plano social com mobilizações previstas dias 20 e 27 para a defesa do ambiente e uma jornada de ação sindical contra o projeto de reforma dos sistemas de aposentação. A rentrée social anuncia-se particularmente complicada para Macron, já fragilizado pelo movimento dos coletes amarelos no início do ano.