Estrangeiros a trabalhar em Portugal-precariedade e baixos salários

com Sem comentários

Em 2017, a grande maioria dos trabalhadores estrangeiros trabalhou por conta de outrem (86,5%,) e cerca de 13,1% trabalhou por conta própria . São valores ligeiramente diferentes dos relativos aos trabalhadores de nacionalidade portuguesa, uma vez que nestes se estimou uma maior incidência do trabalho por conta própria (16,6%), apesar da grande maioria trabalhar por conta de outrem (82,9%).

Por tipo de contrato, estimou‐se que, em 2017, 57,7% dos trabalhadores estrangeiros por conta de outrem (TCO) se encontrava contratado a título permanente e 42,3% detinha um contrato não permanente (com termo ou outro tipo).

Face às estimativas do ano anterior, verificou‐se um acréscimo dos trabalhadores estrangeiros com ambos os tipos de contrato, o qual foi maior para os contratos não permanentes (+15,2%) do que para os contratos permanentes (+2,3%). Estes valores diferem bastante dos estimados para os TCO nacionais, para os quais se verificou uma maior prevalência dos contratos permanentes (78,5%) e uma menor incidência dos contratos não permanentes (21,5%).

Finalmente, de acordo com o Inquérito ao Emprego (INE), cerca de 36,2% dos trabalhadores por conta de outrem de nacionalidade estrangeira recebeu, em 2017, uma remuneração mensal entre 600 e menos de 900 euros (+4 p.p. do que em 2016), seguindo‐se o escalão entre 310 e menos de 600 euros (31,8%, menos 5,4 p.p. do que em 2016). No total, estes dois escalões abrangeram 68% dos TCO estrangeiros, o que compara com 56,2% para os TCO de nacionalidade portuguesa, verificando‐se uma maior concentração da população estrangeira nos escalões mais baixos, com maior incidência para o escalão entre 310 e menos de 600 euros (+7 p.p.). Contudo, e em relação ao ano anterior, observou‐se uma melhoria nas remunerações desta população, patente na diminuição da representatividade dos escalões de rendimento mais baixos (‐6,7 p.p.) e no crescimento dos escalões acima de 600 euros (+7,2 p.p.)

Em 2017, a população estrangeira com residência legal em Portugal foi de 421 711 indivíduos, dos quais 215 837 mulheres (51,2%) e 205 874 homens (48,8%), segundo o recente Relatório de Imigração, Fronteiras e Asilo (RIFA), publicado pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). Em relação a 2016, observou‐se uma variação positiva de quase 29 mil pessoas (+6%), mantendo a tendência crescente que se verificou no ano anterior. A população estrangeira representou 4,1% de toda a população residente em território nacional, de acordo com as estimativas provisórias anuais da população residente (INE), uma proporção ligeiramente superior à do ano anterior (0,2 p.p.)

 

.

 

Junta-te à BASE-FUT!