Em comunicado e a propósito da greve dos camionistas das matérias perigosas a CGTP afirma que «Em resultado da falta de resposta aos problemas dos trabalhadores dos mais diversos sectores de actividade, do público e do privado, e da natural intensificação da acção e da luta reivindicativa, a CGTP-IN tem observado que, nos últimos tempos, têm-se multiplicado as intervenções na comunicação social, mas também no Conselho Económico e Social, defendendo o alargamento do conceito de serviços sociais impreteríveis e dos serviços mínimos a garantir durante as greves.»
E continua aquela Central Sindical «Independentemente da justeza das reivindicações dos trabalhadores, a greve de alguns grupos de enfermeiros nos blocos operatórios, ironicamente chamada de “ cirúrgica” e, mais recentemente, a greve dos “ motoristas de matérias perigosas “, alimentaram uma intensa campanha para atacar e limitar o direito do exercício de greve.
Aproveitando a campanha em curso, o governo do PS, que nas questões do trabalho e dos trabalhadores converge com o PSD e o CDS e conta sempre com o apoio dos patrões e da UGT, considerando, também, as características da greve anunciada, designadamente, o tempo indeterminado da sua duração, determinou serviços mínimos que, na prática, são máximos, e que limitam o exercício desse direito pelos trabalhadores do sector.»
Finalizando a sua curta mensagem, e sem qualquer posição sobre o conflito em causa,«A CGTP-IN discorda do despacho do governo sobre os serviços mínimos, nomeadamente os fundamentos que são susceptíveis de ser utilizados de forma mais geral para pôr em causa um direito que é conquista do 25 de Abril e que a Constituição da República consagra como fundamental».
Entretanto Carlos Silva, secretário Geral da UGT em entrevista ao canal 2 da RTP lamentava a falta de diálogo e vontade política das partes para resolver um conflito tão grave.Falta de diálogo nomeadamente das entidades patronais.O sindicalista considera que já é tempo de parar com a ameaça do papão da revisão da lei da greve sempre que há um conflito mais duro em Portugal.
Sobre este conflito Arménio Carlos, Secretário Geral da CGTP, depois de afirmar que a FECTRANS continua a negociar, diria no passado mês de julho à Rádio Renascença «Pela nossa parte, continuamos a pensar que isto não vai com radicalismos bacocos, mas, pelo contrário, vai com uma postura de seriedade, de rigor, de frontalidade, mas, também, de exigência de alteração das políticas laborais que se verificam em Portugal”.