Manuel Carvalho da Silva, o histórico secretário geral da CGTP-IN, ao escrever um texto riquíssimo para prefácio do livro dos 40 anos da BASE-FUT intitulado «Pela Dignidade do Trabalho-utopias e práticas de base» definiu a dado momento de forma sintética o contributo desta Organização para o sindicalismo português.Ao comemorarmos os 45 anos estas palavras são uma memória e um estímulo para a ação de todos os militantes e amigos da BASE-FUT. Escreveu Carvalho da Silva:
«Disse e escrevi aquando da evocação dos 40 anos da CGTP-Intersindical Nacional, em 2010, que entre os contributos relevantes dados ao processo de avanço do sindicalismo português, em particular do sindicalismo transformador,corporizado pela Intersindical(CGTP), merece destaque aquele que foi protagonizado por activistas católicos a partir da década de sessenta do século passado, fazendo uma interpretação progressista e muito actualizada da Doutrina Social da sua Igreja.
As reuniões intersindicais que arrancaram em 1 de outubro de 1970 tiveram protagonistas forjados e bem preparados nas lutas operárias, muitos deles enquadrados em organizações e ação consolidadas nas duas grandes correntes sindicais existentes:a comunista e a católica.As conjugações concetuais e de ação dessas correntes, e de um amplo conjunto de quadros, favoreceram a luta abnegada e determinada das trabalhadoras e trabalhadores portugueses, deram coerência a um projecto de sindicalismo transformador, estrategicamente bem concebido, estruturado num adquirido unitário de partida riquíssimo, aberto a todo o pensamento e práticas sindicais progressistas.Foi assim possível, numa primeira fase, colocar à frente de um significativo número de sindicatos corporativos direções sindicais de confiança dos trabalhadores-várias delas integradas e dirigidas por extraordinários quadros católicos, aliás referenciados neste livro.
A ação da BASE-FUT não se limitou ao espaço sindical daquela central sindical, ela alargou-se a praticamente todas as componentes do movimento sindical português, mas foi no espaço e no tempo do nascimento, da afirmação e da consolidação da CGTP-IN-que durou algumas décadas-que mais contributos quantitativa e qualitativamente considerados, deu ao avanço do sindicalismo português……»