Segundo uma caracterização feita pelo Banco de Portugal com base nos dados da Segurança Social, em 2023, havia cerca de 500 000 trabalhadores estrangeiros por conta de outrem em Portugal. Globalmente, representam cerca de 13,4% do número total de trabalhadores.
Ainda de acordo com esta caracterização, é nos sectores agrícola e das pescas que os imigrantes se concentram, porém, também estão distribuídos pelos sectores da hotelaria e restauração, serviços e construção.
Com a argumentação da falta de mão de obra, recorrem a trabalhadores imigrantes que saem dos seus países em busca de melhores condições de vida e de trabalho, sendo-lhes impostas, muitas vezes, condições de acrescida exploração.
Os trabalhadores imigrantes são empurrados para postos de trabalho sem condições de trabalho, com vínculos precários, horários desregulados e salários mais baixos.
No que diz respeito aos salários, os trabalhadores imigrantes ganham menos dos que os nacionais. Em 2023, a mediana das remunerações mensais dos trabalhadores estrangeiros situou-se nos 769€, nos trabalhadores jovens e, nos 781€, naqueles com mais de 35 anos. Quanto aos trabalhadores nacionais, as remunerações medianas foram de 902€ e 945€, respectivamente.
Está provado que os migrantes impulsionam o crescimento económico; que colmatam a falta de trabalhadores, existentes em alguns sectores de actividade; que capitalizam a segurança social com os seus descontos; que povoam regiões quase desabitadas; que aumentam a demografia e a população activa e que rejuvenescem a população, na sua maioria, envelhecida.
Por todas estas razões, a CGTP-IN continua a lutar por uma política de integração, plena de direitos.
Há que continuar a lutar, a denunciar e a corrigir as ilegalidades que o País e muitas empresas praticam com trabalhadores migrantes. O mesmo país, o mesmo trabalho, os mesmos direitos!
Continuaremos nos locais de trabalho, em defesa de todos os trabalhadores, respeitando o princípio da Unidade, que tanto nos caracteriza.
Fonte :CGTP