Numa longa intervenção aos manifestantes da CGTP, realizada no passado dia 9 de novembro em Lisboa, Tiago Oliveira lembrou «…Não é justo que tenhamos no nosso país 2,7 milhões de trabalhadores que ganham menos de 1000 euros brutos por mês para fazer face ao exorbitante custo de vida que hoje existe. Não é justo que 850 mil trabalhadores recebam apenas o SMN. Como não é justo que na Administração Pública, dos 750 mil trabalhadores que a compõem, 160 mil ganhem o salário mínimo.
Por isso hoje realizamos um grande dia de luta. Um grande momento de afirmação, de entrega, de denúncia da grave situação do país, mas também de confiança na nossa luta para melhorarmos as nossas vidas.
Fazemo-lo porque nos encontramos num momento em que é mesmo preciso vir para a rua lutar. Temos que vir para a rua, denunciar o que estamos a passar. O que nós, os trabalhadores, os reformados, os jovens, estão a passar. Aquilo que aqueles que trabalham, que trabalharam uma vida inteira, e ainda aqueles que amanhã entrarão para o mundo do trabalho, estão a ver-se confrontados nas suas vidas, dificuldades provocadas pelo peso das decisões políticas que vêm sido seguidas pelos sucessivos governos das políticas de direita, e que, com o actual governo, sem ilusões nem surpresas aqui afirmamos, se vão agravar.
E nós estamos fartos de ouvir as mesmas justificações anos e anos seguidos. Falsas justificações sobre tudo. A retórica é sempre a mesma seja sobre os salários, seja sobre a retirada de direitos, sobre os serviços públicos, sobre as baixas reformas, seja sobre o que for.
E, entretanto, pasme-se: os ricos ficam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres! Estamos fartos, Camaradas!, Estamos fartos!»