Teletrabalho não é para incentivar mas deve ser regulado diz BASE-FUT

No passado dia 30 de abril a BASE-FUT das Beiras promoveu uma videoconferência sobre o impacto do teletrabalho nos trabalhadores e nas suas famílias.Pedro Estevão, coordenador nacional da BASE-FUT, apresentou os resultados de alguns estudos recentes onde se constata que o teletrabalho durante a pandemia foi predominante nas grandes empresas e em alguns sectores com destaque para a administração pública, educação e profissões intelectuais.

Por outro lado, alguns inquéritos revelaram que 50% dos trabalhadores declararam ter trabalhado mais em situação de teletrabalho.Assim, embora provisoriamente, podemos concluir que o teletrabalho no pós-pandemia não será predominante na economia mas também não regressará aos níveis anteriores á mesma que, em Portugal, andaria pelos 5% a 6%.

Ségio Viana, membro da direção da Ordem dos Psicólogos abordou também as potencialidades e vantagens do teletrabalho mas alertou  para os riscos, em especial no domínio dos riscos psicossociais e problemas de conciliação da vida profissional e familiar.

Foi ainda referido  que os custos inerentes a este tipo de trabalho no domicílio não podem ficar a cargo do trabalhador .A conferência confirmou assim os dados relevantes de vários estudos e a experiência de muitos trabalhadores, uns pela positiva e outros pela negativa.

A nível  sindical também se apontaram algumas pistas de ação, nomeadamente a necessidade de se regular devidamente o teletrabalho para salvaguardar os direitos dos trabalhadores em igualdade com os trabalhadores presentes nos locais de trabalho.Sem estar em absoluto contra esta modalidade de trabalho o movimento sindical não deve incentivar o mesmo defendendo que o trabalho com direitos nas empresas e nos estabelecimentos deve ser predominante.Aí é mais fácil a defesa dos direitos dos trabalhadores, a mobilização e ação colectiva.

Conscientes de que muitas empresas vão incentivar o teletrabalho os sindicatos sentem a necessidade de encontrar formas de ação adequadas ao teletrabalho para que os trabalhadores não sejam ainda mais explorados nesta modalidade.

 

Junta-te à BASE-FUT!