Passados nove anos o antigo patrão da France Telecom e seis outros dirigentes da empresa vão estar em julgamento no tribunal de Paris por «cumplicidade» de assédio moral no trabalho.
Incitações repetidas ao auto-despedimento,mobilidades forçadas, missões desvalorizantes e isolamento do trabalhador fazem parte da longa lista de práticas repetidas que, segundo os juízes,« constituíam uma política da empresa que visava desestabilizar os trabalhadores» e criar um « clima profissional de ansiedade»
Trata.se do caso de trinta e nove trabalhadores: 19 trabalhadores que se suicidaram, 12 que tentaram suicidar-se e 8 sofreram depressão ou estiveram de baixa médica.O assunto foi do conhecimento público em setembro de 2009 com a primeira queixa do sindicato Sud-PTT e coincidiu com a privatização da empresa e uma grande reestruturação em que se previa 22 mil despedimentos entre 2006 e 2008.
Os suicídios na France Telecom foram objecto de várias notícias e referidos em inúmeros artigos sobre assédio moral no trabalho.
Em Portugal, e segundo estudo encomendado pela CITE, mais de 16% dos trabalhadores portugueses já sofreram assédio moral no trabalho.A Lei nº 73/2017, que entrou em vigor a 1 de outubro do mesmo ano ,reforçou o quadro legislativo para prevenir a prática do assédio moral no trabalho.