Sobre a ideologia da BASE…

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«…Os fundadores da BASE formados no método VER-JULGAR-AGIR dos Organismos da Ação Católica Operária não adoptaram nem se guiaram por ideologias existentes.

Como é de esperar de um Movimento constituído por trabalhadores e com intervenção cultural, sindical, social e política, a BASE procurou dotar-se de um conjunto de ideias(ideologia)-fundamento de ações,intervenções e lutas consequentes com os Principios e os Objectivos que ditaram a sua constituição…

….o primeiro passo e pela negativa, traduziu-se no repúdio do fascismo, do ne-liberalismo e do capitalismo.Porém, e fruto do trabalho de reflexão efectuado ao longo dos seis anos de existência, a poucos meses da Revolução de Abril, no mês de novembro de 1973,no Encontro Nacional do CCO ( e por influência de elementos ligados à BASE) seria aprovada, por unanimidade, uma Declaração Interna de compromisso de luta pelo fim do regime, de apoio à instauração de uma democracia representativa «do povo e para o povo» que pelo seu conteúdo e implicações viria a repercutir-se na decisão , após o 25 de Abril,o CCO integrar a constituição da BASE-FUT….

A elaboração ideológica alicerçou-se na análise da realidade da vida cultural, social, económica e política dos trabalhadores, dos seuss anseios e aspirações das suas movimentações e lutas, dos seus fracassos e das suas vitórias, sem ignorar o passado histórico do Movimento Operário nacional e internacional, nomeadamente do sindicalismo cristão em Portugal e no mundo.

Acrescente-se que a opção socialista do Movimento Base estava sustentada não só no Documento Conciliar «Gaudium et Spes» (1965) ao «reconhecer que os movimentos socialistas contam com mais cristãos do que as formações siciais cristãs…» mas também na Encíclica «Populorum Progressio» (1967) de Paulo VI, em que é afirmado que …«não devemos ter medo do termo mesmo se reconhecemos que sob o plano filosófico, prático e políitico foram cometidos abusos» e na qual é defendida «a socialização dos grandes meios de podução, planificação democrática e progressão no caminho da autogestão».

Resultante dessa reflexão e da ação dos seus militantes no plano sindical, excluída a constituição de sindicatos de denominação cristã impôs-se, como principio e objetivo, a defesa da unidade sindical no respeito pela liberdade de expressão e por todas as correntes sindicais, independentemente das suas opções ideológicas, consubstanciada num movimento sindical autónomo e classista, organizado numa única Central Sindical.»

Texto retirado do livro «Pela Dignidade do Trabalho-utopias e práticas do trabalho de base»,edições Base,2014.

Nota: textos comemorativos do 50º Aniversário da BASE-FUT-1974-2024.

 

Junta-te à BASE-FUT!