Em alguns meios sociais, empresariais e dos meios de comunicação social ouvimos dizer com frequência que os sindicatos têm que mudar e devem adaptar-se ao mundo de hoje.
Estas afirmações ditas sem qualquer referencia crítica podem levar as pessoas a perder a confiança na sua organização sindical e a interrogarem-se sobre o sentido dessa mudança tantas vezes preconizada.
Hoje em dia toda e qualquer organização tem a obrigação de reflectir ponderadamente sobre o seu rumo e os desfios que enfrenta.Também os sindicatos têm que fazer e fazem um debate sobre os seus problemas, as suas estratégias, enfim , a sua relação com os sócios e respectivo sector profissional.
Porém, quando se diz que os sindicatos têm que mudar é importante dizer em que aspectos os sindcatos devem mudar.Isto porque há muita gente que pretende ter organizações sindicais submissas à política e aos interesses económicos.Os patrões querem um sindicato obediente, que dialogue mas aceitando a visão empresarial dos problemas e das relações laborais.
Ora, um sindicato deve obedecer aos interesses dos seus associados.Existe para defender e promover os interesses dos trabalhadores.Nesse sentido quando um sindicalista diz que o seu sindicato deve mudar este ou aquele aspecto da sua política ou organização fá-lo numa perspectiva sindical, sob ponto de vista dos interesses do sindicato.Assim não são propriamente as mudanças que outros querem fazer de fora para dentro do sindicato.
Os sindicatos também precisam de mudar mas para ficarem mais fortes, com uma maior base de apoio, mas sem abdicarem da sua essencia que é a defesa intransigente dos interesses e direitos dos seus associados e trabalhadores em geral.
Os sindicatos devem apostar mais, por exemplo, na dinâmica democrática, fazendo participar mais os seus associados e trabalhadores do sector.Melhorar a sua comunicação com os associados, dinamizando a sua inplantação nos locais de trabalho e renovando os seus quadros dirigentes.Devem procurar formas de organizar os jovens trabalhadores e os trabalhadores precários.Estas mudanças ou melhorias da ação e organização sindical reforçam a capacidade de luta e de eficácia pois os sindicatos têm que mostrar resultados no que respeita à defesa dos trabalhadores.
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