«Para além do risco de infeção pelo novo coronavírus, os/as trabalhadores/as de todos os setores estiveram expostos/as a outros perigos durante a pandemia que surgiram devido à adoção de novas práticas e procedimentos de trabalho para mitigar a propagação do vírus.-Diz a OIT num relatório publicado recentemente intitulado «Antecipar, preparar e responder a crises».Foram rapidamente aplicadas estratégias de mitigação, incluindo medidas de controlo técnico e administrativo, trabalho a partir de casa, maior utilização de EPI e desinfeção, etc. Estas medidas podem ajudar a retardar a propagação do vírus, mas também podem originar novos riscos para a segurança e saúde, incluindo riscos químicos, riscos associados a fatores ergonómicos e psicossociais.
Os profissionais de saúde e os/as trabalhadores/as de resposta à emergência – mas também os/as trabalhadores/as essenciais – enfrentaram muitas situações de stress laboral resultantes da pandemia da COVID-19. O aumento do volume de trabalho, horários de trabalho mais longos e a redução dos períodos de descanso tornaram-se a norma durante a crise. O risco de violência e assédio laboral também aumentou, com consequências tanto para o bem-estar físico como para o bem-estar mental. Muitos profissionais de saúde tiveram de tomar decisões difíceis que resultaram em fadiga psicológica, tais como escolher como alocar recursos limitados quando confrontados com um número elevado de casos graves nos cuidados intensivos.
O teletrabalho tem sido amplamente implementado em muitas situações – e embora seja muitas vezes essencial para limitar a propagação do vírus e manter os empregos e a continuidade das atividades económicas, levantou algumas preocupações de SST, nomeadamente relativamente a riscos associados a fatores ergonómicos e psicossociais. O teletrabalho pode proporcionar aos/às trabalhadores/as uma maior flexibilidade, mas muitos desses e dessas trabalhadoras também enfrentam o “presenteísmo” (designadamente devido ao esbatimento das fronteiras entre o trabalho e a vida privada), lesões músculo-esqueléticas causadas por posturas estáticas de trabalho em frente ao computador, a responsabilidade de cuidar de crianças ou pessoas idosas durante o trabalho, e o isolamento social que pode advir de não poder trabalhar no escritório – o que afeta o desenvolvimento profissional (OIT, 2021b).
Com a pandemia também se tem assistido a um aumento do número de casos de violência doméstica,
afetando sobretudo trabalhadores/as confinados/as ao domicílio devido a medidas restritivas, tendo-se
verificado cerca de cinco vezes mais chamadas para linhas de apoio à violência doméstica, a nível mundial»Ver relatório aqui
OIT analisa problemas de saúde dos trabalhadores no âmbito da Covid 19
Junho 25, 2021
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